O tão esperado reencontro natalício está a chegar. Nada melhor do que aquecermos o coração com algumas sugestões de iguarias para a sua mesa, neste Natal, que desejamos caloroso e, ainda assim muito especial, no Centro de Portugal!
Levamo-lo a viajar por um imperdível roteiro gastronómico e a saborear o que é tradicional e regional. Do doce ao salgado, do litoral ao interior, há uma panóplia de escolhas e sabores que o vão deixar rendido à nossa gastronomia regional. Preparado? Venha daí e Festas Felizes!
1 | BACALHAU
Como na maioria das outras cidades do país, também no Centro de Portugal, o Rei da Consoada, é o Bacalhau cozido com batatas e couve portuguesa. Esta é uma tradição longínqua que ainda hoje teimamos em cumprir. Às postas, com o nosso saboroso azeite, cheira a Natal em família! Simples e uma verdadeira delícia! Reza a história que assim é desde os finais do século XVI, onde os cristãos precisavam entrar em jejum obrigatório e não poderiam comer nenhum tipo de carne nas principais festas católicas, como o Natal. Como o bacalhau era o peixe mais barato, começou-se então a comer-se nesta data. Seja como for, o Bacalhau é um clássico do Natal!
Associação dos Industriais do Bacalhau
2 | PERU E CABRITO
Nas regiões mais interiores e frias, a escolha recai sobre o Peru como prato principal para aquecer a noite da Consoada. Já no dia de Natal, a escolha é outra. Ao almoço, é costume servir-se um suculento e tradicional Cabrito assado no forno acompanhado com batatinhas coradas, também elas, assadas. Nas regiões mais a litoral, prefere-se o Peru ao Cabrito, sempre bem temperado com aquele gostinho de fazer crescer água na boca. O Peru, recheado ou não, é também ele assado no forno, acompanhado com batatinhas, arroz e grelos da horta.
Perú de Natal
Cabrito Assado no Forno
3 | POLVO
Há também a tradição, igualmente saborosa, de servir o Polvo cozido com cebola e folhas de louro, bem regado com azeite quente, alho e vinagre, acompanhado com batatas cozidas e couves em abundância. Também há quem o prefira degustar no forno, assado com uma suculenta batata a murro e pimentos coloridos.
4 | FILHÓS, SONHOS, RABANADAS E AZEVIAS
Em certas zonas do Centro de Portugal, as Rabanadas são conhecidas como Fatias Douradas, A juntar-se a estas, temos os Sonhos e as Azevias (pastéis recheados com grão, abóbora e batata doce). Os primeiros fofos e deliciosos, as segundas suculentas e saborosas. Não falta à mesa a tradição dos Coscorões, um bolo, também ele frito, em formato retangular, de massa fina e estaladiça, coberta com açúcar e canela.
Na zona beirã, as eleitas para a quadra natalícia são as Filhós do joelho, assim conhecidas pois o estender da massa é feita como o nome indica, no joelho. E mesmo que muitos prefiram tendê-la à mão, esta é uma tradição recorrente que envolve toda a família.
Filhós
Sonhos de Natal
Rabanadas ou Fatias Douradas
Azevias de Natal
Coscorões
5 | ARROZ DOCE E ALETRIA
O famoso e delicioso Arroz Doce, tradicional e caseirinho, feito com muito carinho na noite de Consoada, enche as mesas de Natal no Centro de Portugal. Consoante o território, apresenta-se branco sem ovos ou amarelo, ambos irresistíveis e quase sempre polvilhados com canela, ao lado da bela travessa de Aletria Doce que, também ela, não pode faltar.
Arroz Doce do Mondego
Aletria à Moda de Ílhavo
6 | LAMPREIA DE OVOS E PÃO-DE-LÓ
A Lampreia de Ovos, é um emblemático doce de Natal, feito à base de ovos e fios de ovos, decorado com frutas cristalizadas. O seu formato peculiar e colorido irão certamente impressionar os seus familiares.
Para os amantes da doçaria conventual, seja ele de Alfeizerão ou de Ovar, o Pão-de-Ló é outra das iguarias que ganha destaque na sua mesa de Natal.
Pão de Ló de Alfeizerão
Pão de Ló de Ovar
Pão de Ló de Figueiró dos Vinhos
7 | TRONCO DE NATAL
O Tronco de Natal é uma das mais antigas tradições gastronómicas portuguesas. Sabia que a sua origem remonta a largas dezenas de anos atrás? Surgiu da reunião familiar que antigamente se fazia em torno das lareiras, procurando o calor em dias frios, dando origem a este magnífico bolo, em forma de torta, imitando um tronco, com coloridas decorações natalícias.
8 | BOLO-REI, BOLO-RAINHA, BOLO PRÍNCIPE OU ESCANGALHADO
Quem não conhece o incontornável Bolo-Rei com massa recheada de frutos secos e cobertura de frutas cristalizadas? Sendo uma excelente alternativa para quem não aprecia as frutas cristalizadas, surge o Bolo-Rainha, também ele circular com um buraco no centro, mas cuja cobertura e recheio são apenas feitos de frutos secos. Dizem que os melhores frutos secos do país são de Torres Novas. E nós também achamos! Igualmente docinho temos o Bolo Príncipe, semelhante aos anteriores, mas mais guloso, recheado com chocolate. Já o Bolo-Rei Escangalhado, com forma retangular, guarda no seu interior doce de chila, creme de pasteleiro e frutos secos.
09 | VINHOS E ESPUMANTES
O Centro de Portugal é uma região, por si só, com clima e solos perfeitos para a superior classe dos vinhos que aqui se produzem. Assim sendo, e numa época de festejo, de recolha interior e de ambiente íntimo, escolha o seu vinho preferido para degustar em família. Aquele vinho especial será capaz de harmonizar um prato requintado ou tradicional, seja ele do Dão, da Bairrada, da Beira Interior, de Lisboa ou do Tejo. Sabia que a Bairrada, com quatro décadas de Região Demarcada, produz mais de 50% do espumante nacional? Este não vai certamente faltar na sua mesa de Natal!
Comissão Vitivinícola da Bairrada
Rota da Bairrada
Comissão Vitivinícola da Região Beira Interior
Comissão Vitivinícola Regional do Dão
Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa
Comissão Vitivinícola Regional do Tejo
Câmara de Comércio da Região das Beiras Website | Facebook | Instagram
10 | AGUARDENTE, GINJA E LICORES
E talvez não saiba, mas o solo da Lourinhã produz uvas que dão origem à única aguardente vínica portuguesa região demarcada exclusiva. Se preferir, brinde com licores de frutos, Licor Beirão ou com uma deliciosa Ginja de Óbidos, de Alcobaça ou de Ourém.
Ginja de Alcobaça
Ginja de Óbidos
Ginjinha do Castelo de Ourém
Licor Beirão
Aguardente Doc Lourinhã
E como todos bem sabemos e já antes dissemos, «Nesta noite há gente que gosta de comer sonhos e coscorões e filhoses.» (Alves Redol, Olhos de Água, p. 188), aqui fica uma receita de filhós ou filhoses. Quer melhor sugestão para reunir os mais novos na cozinha? Eles vão adorar polvilhá-las com açúcar!
Uma sugestão para realizar em família, nesta quadra natalícia…
Filhoses da Ti Mariana
Zona de Origem: Mira de Aire, concelho de Porto de Mós, Região de Leiria.
Ingredientes:
1 kg de farinha, 4 ovos, 50 gr de manteiga/margarina, raspa de limão e de laranja, sumo da laranja, um pedaço de fermento de padeiro proporcional a 1 kg de farinha, ½ dl de azeite a ferver, sal q.b, 1 cálice de aguardente, ½ l de água.
Modo de preparação:
Escalda-se a farinha com o azeite a ferver e a manteiga derretida e mexe-se muito bem.
Seguidamente junta-se todo o resto dos ingredientes e amassa-se, vai-se misturando a água morna aos poucos.
Deixa-se repousar durante duas horas, coberta com cobertores. Tendem-se bocados de massa, com as mãos untadas, no formato de um joelho.
Levam-se a fritar em azeite ou óleo bem quente. Depois de escorridas são passadas por açúcar, ficando prontas a servir.
In, Cozinhas das Avós
Feliz Natal no Centro de Portugal!
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