Está a chegar a quadra mais feliz e aguardada do ano que nos conta a história de um nascimento enternecedor.
As crianças são as mais entusiastas. Sonham com barbas brancas, renas adornadas e um trenó recheado de pedidos concretizados.
Natal é tempo de partilha, de afetos e de criar memórias inesquecíveis. E de que melhor forma de o fazer do que em cenários únicos e românticos, perfeitos para celebrar a dois?
No Centro de Portugal, a magia está em cada detalhe. Aldeias encantadas iluminam-se com o brilho das luzes natalícias, enquanto as ruas das cidades se vestem de cor e alegria. A música ecoa, criando o ambiente perfeito para passeios de mão dada, entre sorrisos e cumplicidade.
Deixe-se envolver pela atmosfera calorosa desta época e descubra os melhores destinos para uma escapadela romântica, onde o Natal ganha um encanto ainda mais especial.
Celebre o Natal a dois no Centro de Portugal!
E porque as histórias de amor são feitas de memórias felizes, deixamos-lhe 8 sugestões para viver um natal de sonho a dois.
Enquanto passeia, fique atento a incontáveis tradições seculares, a presentes artesanais sustentáveis, a produtos regionais e iguarias gastronómicas que cheiram a Natal. Deslumbre-se com brilhantes decorações naturais, pinheiros enfeitados, presépios ao vivo ou animados, divertidas pistas de gelo, fogueiras gigantes e mercados cintilantes.
Quando voltar a casa para a ceia e almoço de Natal, vai querer contar em detalhe cada momento vivido no Centro de Portugal! Para já, siga-nos de mãos dadas e abraços aconchegados!
Serra da Estrela, onde o Natal tem mais magia
Começamos nas alturas, na Serra da Estrela, um dos destinos preferidos dos portugueses, nesta altura.
Assista a festividades seculares alusivas ao Natal que não esquecem as tradições e a identidade dos locais mais altos de Portugal Continental.
Aconchegue-se no conforto da lareira em unidades hoteleiras que preparam a sua estadia com intensidade e alegria. Há produtos tradicionais que tem mesmo de levar para casa como presentes de Natal: o cremoso Queijo Serra da Estrela DOP, enchidos, azeite, mel, nozes, castanhas, vinhos e uma espantosa doçaria tradicional.
Se procura o presente perfeito para a sua pessoa de eleição, está no sítio certo. Ofereça tradição e elegância, uma história de tecer no tear que começou nestas fabulosas montanhas: uma linda peça de burel.
Com portas para a Serra da Estrela, o nosso convite é que conheça a Covilhã, cidade que emite boa energia. As suas ruas contam histórias, e nelas encontramos o talento de vários artistas presente em murais, ilustrações, fotografias e grafittis, colocando o centro histórico da cidade em destaque no roteiro de arte urbana nacional.
Nesta altura, o nosso destaque vai para o “Natal com Arte” que volta a animar a época natalícia, na Covilhã. O evento é constituído pelas mais variadas atividades, desde espetáculos, a exposições, momentos artísticos e literários, bailados, entre outros, nesta cidade que é atualmente a Cidade Criativa da UNESCO, na área do Design.
Vai adorar visitar o Museu dos Lanifícios da Universidade da Beira Interior, conhecer histórias antigas de caminhos da transumância e ter uma aula viva sobre a importância de um dos produtos mais tradicionais desta região: a lã. Também vai gostar de visitar a antiga Fábrica António Estrela/Júlio Afonso, hoje New Hand Lab. Transformado em laboratório criativo, acolhe as mais inovadoras iniciativas.
Mas as boas experiências não acabam aqui. Com portas para a Serra da Estrela, na encosta sul, é na Covilhã, que se abre caminho para chegar aos 1.993 metros de altitude da Torre, o topo mais alto da serra. É também aqui que encontra várias lojas de produtos regionais, tal como a Loja de Produtos DOP, onde é impossível resistir ao Queijo Serra da Estrela DOP, o mais famoso e antigo de todos os queijos portugueses, emblema gastronómico nacional. Conheça ainda o Projeto Queijeiras que dá voz e protagonismo a mulheres produtoras de queijo, que até uma capa própria têm. Muito interessante!
Se é fã de desportos de neve, desfrute da única estância de ski do país. Neve não vai faltar.
E que tal esculpir um Pai Natal com a sua cara-metade antes de entrar no teleférico?
Quando lá estiver, ao apreciar a deslumbrante paisagem, vai ter vontade de experimentar uma das 22 pistas disponíveis para a prática de esqui e snowboard, que a pensar em todos, oferecem quatro níveis de dificuldade diferentes: muito fácil, fácil, difícil e muito difícil. Não se preocupe se é dos menos experientes, porque sempre pode recorrer à escola que disponibiliza aulas individuais ou coletivas. Pode igualmente alugar equipamento completo para o dia inteiro.
Gostou da experiência? Partilha-a com quem mais gosta, adquirindo como presente de Natal, um ou mais vouchers da Estância de Ski da Serra da Estrela.
Momentos bem-dispostos a dois são garantidos! E continuam.
É que de novembro a abril, pode praticar patinagem na Serra da Estrela Ice Arena, uma divertida pista de gelo existente nas Penhas da Saúde. Inteire-se dos horários e passe momentos de pura diversão.
Quando entrou na Serra da Estrela, não imaginava que existiam paisagem perfeitas? Existem sim, e nesta altura já não deve ter qualquer dúvida. Para reforçar as suas certezas, e se é apaixonado por fotografia, inscreva-se no Imaginature – Festival de Fotografia de Paisagem. Acontece sempre em novembro, na vila de Manteigas, uma das vilas que integra a Rede das Aldeias de Montanha.
Beira Baixa encantada
Entre a Serra da Estrela e o rio Tejo, respire o ar puro. Estamos em Castelo Branco, onde nesta quadra natalícia, as ruas da cidade voltam a encher-se de luz, alegria e muita diversão. Vai gostar de a conhecer ou revisitar.
Admire-a, primeiro, do alto do Miradouro de São Gens, mesmo ao lado das ruínas do antigo Castelo Templário. Comece depois, pela zona histórica, onde encontrará portados quinhentistas, elementos decorativos nas casas antigas da quase inalterada malha urbana. Repare na Torre do Relógio, elemento incontornável da paisagem albicastrense.
Inicie o seu périplo no Museu Cargaleiro que reúne a coleção privada e uma parte fundamental da obra de um dos maiores nomes da Arte Portuguesa. . Visita obrigatória, na Praça Camões, é naturalmente o Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco. Inclua, desde já, na sua lista de presentes de Natal, os tradicionais bordados feitos à mão.
Contornando a Torre do Relógio para a Rua de S. Sebastião, encontre ao fundo, o Largo da Sé. A Igreja de São Miguel ou Sé de Castelo Branco foi reedificada no século XVII mas reúne elementos arquitetónicos de vários períodos da história. Seguindo depois pela Rua das Olarias, pare e entre na Casa da Memória da Presença Judaica, lugar de homenagem à antiga comunidade judaica da cidade que contribuiu para parte do seu desenvolvimento comercial e económico. Continuando para a Rua Bartolomeu da Costa, passe primeiro, pelo Cruzeiro de S. João, em estilo manuelino, e depois pelo arco formado por uma pequena ponte pedonal, que liga dois espaços onde vai querer fazer uma pausa ou, simplesmente, admirar a natureza. Do lado direito, passeie no convidativo Parque da Cidade. No lado oposto, admire o Jardim do Paço Episcopal, um jardim barroco povoado de estátuas alegóricas e representativas de figuras da Igreja e de vários reis de Portugal.
Mas a sua viagem nesta região não fica por aqui. Ainda há tanto para ver! E que tal continuar rumo a Idanha-a-Nova, mais precisamente até à aldeia de Medelim? É conhecida como a “aldeia dos balcões” devido às inúmeras casas de balcão que conserva na sua malha urbana. E, nesta altura do ano, desde 2021, instala aos olhos de todos, a sua original Árvore de Natal, com 3,80 metros de altura e 12 metros de diâmetro! São 788 quadrados de croché trabalhados com verdadeiro espirito de Natal por mais de 50 mulheres, de norte a sul do país, com ligações à aldeia. O esforço de união e entreajuda, de trabalho conjunto durou cerca de um mês e reforçou o sentido de comunidade. O resultado dá gosto ver e aplaudir. E sabe que mais? As senhoras de Medelim já trabalham com afinco na confeção e montagem do presépio e árvore de natal em croché.
Ao seu roteiro de Natal a dois pela Beira Baixa, não faltam motivos e lugares para visitar.
Siga para Penamacor Vila Madeiro, onde se acende o Maior Madeiro de Natal de Portugal, uma grande fogueira que é feita no adro da igreja, onde a população se reúne depois da Missa do Galo. As várias atividades, desde o abate das árvores à sua disposição no adro da igreja, passando pelo convívio no campo, pelo interminável cortejo de tratores que transportam os gigantescos troncos no dia 08 e pela festa da Imaculada Conceição, culminam no atear do Madeiro, na noite de 23 para 24 de dezembro.
Vai gostar de vivenciar os rituais desta genuína tradição, mas principalmente de sentir o caloroso acolhimento da população que abre as portas das suas habitações. Nas tasquinhas e vendas de artesanato, encontre lembranças da festa do Madeiro para levar.
Guarde memórias felizes em tempo de Natal!
Serra do Açor, na Região de Coimbra
Visitar a Serra do Açor é visitar uma das mais belas serras da cordilheira central portuguesa, localizada entre a Serra da Lousã e a Serra da Estrela. Para explorar nesta época de Natal, estão os trilhos e as Aldeias do Xisto como a que propomos agora que visite: Fajão, que convive com as escarpas quartzíticas dos seus Penedos e com o rio Ceira.
Fajão é uma encantadora Aldeia do Xisto com meia centena de habitantes, localizada entre Pampilhosa da Serra e Arganil. É uma aldeia de contos! A maioria das casas que aqui encontrará foram renovadas, muitas delas com lousa, o que torna esta aldeia um dos locais mais pitorescos da zona. O tom castanho e ocre do xisto faz sobressair as flores colocadas em vasos na rua ou pendurados nas varandas pelas ruas inclinadas que se veem na encosta da serra. No topo da localidade, encontramos uma piscina ao ar livre, cuja vista o irá prender à imensidão de socalcos da encosta. As decorações natalícias iluminam todo este cenário.
Ponto de confluência da aldeia, a Igreja Matriz dedicada a Nossa Senhora da Assunção, tal como duas capelas, modestas mas pitorescas, valem a pena a sua visita. Uma delas é a Capela de N. Sr.ª da Guia que exibe no seu interior pinturas de matriz religiosa do famoso e ilustre Fajaense Guilherme Filipe, discípulo de Malhoa.
Encontre depois ao lado da igreja, a Fonte Velha, que ainda hoje deita água. Também gostará de apreciar o forno comunitário, a antiga escola primária, edifício tão típico do imaginário português do século XX e o lavadouro público.
Não passe por aqui sem uma ida ao Museu de Fajão, o Museu Monsenhor Nunes Pereira, onde poderá aprofundar o seu conhecimento sobre a história da aldeia, ao mesmo tempo que aprecia obras de arte feitas em xisto. O edifício em xisto e madeira tem dois pisos e mostra ainda os primeiros telefones da aldeia, faiança antiga, instrumentos de carpintaria e mobiliário de uma casa tradicional da Serra do Açor. Aqui também se encontram em exposição, escultura, pintura e xilografias de artistas locais.
Estamos no ambiente ideal para a prática de percursos pedestres, percursos esses que antigamente eram usados como terrenos para guardar o gado. Voltamos, por isso, para junto da igreja, ponto de partida e de chegada do PR1 PPS – Caminho do Xisto de Fajão – Subida aos Penedos que pode ser encadeado com o Caminho do Xisto de Fajão – Voltinhas do Ceira, um percurso circular espetacular. Mas há tantos mais!
No que toca à gastronomia, os produtos da terra, tais como, as hortícolas frescas, a batata e a castanha, são os reis da mesa. Quanto ao artesanato regional, não parta sem adquirir uma casinha de xisto em miniatura. Aqui está mais uma ideia para um presente de Natal bem original!
Uma coisa é certa, vai desligar completamente, sem recorrer muito à internet, tanto é a beleza das paisagens que envolvem Fajão, entre altos e gigantescos penedos de quartzito, a 900 metro de altitude. De qualquer modo, saiba que a internet aqui não é problema, pois a rede wireless “centro.natureza” está disponível de forma gratuita, cofinanciada pelo Turismo Centro de Portugal, no âmbito do programa Valorizar, promovido pelo Turismo de Portugal.
Quem sabe se não gosta tanto deste lugar que aqui vai querer viver e trabalhar?
Oeste deslumbrante e sempre cativante
Continue o seu périplo a dois, pelo Centro de Portugal. Comece a sua viagem em Alcobaça, no Mosteiro de Santa Maria, Património Mundial da Humanidade desde 1989. É aqui que se celebra o amor eterno do Rei D. Pedro e de D. Inês de Castro, cujos túmulos repousam na Igreja do Mosteiro.
Deslumbre-se com os detalhes ali esculpidos, que narram estórias e a vida de ambos, e repare que estão colocados de pés virados um para o outro para que, no dia do juízo final, se reencontrassem frente a frente.
A simplicidade da Igreja, considerada a mais longa de Portugal, típica da Ordem de Cister, salta à vista por dispensar grandes ornamentos e imagens para chegar a Deus. A visita ao interior do Mosteiro começa pela Sala dos Reis onde se encontram estátuas de vários monarcas portugueses, esculpidas pela mestria dos antigos monges barristas. Passe pelo Claustro D. Dinis, a Sala do Capítulo e o Dormitório Comum, no piso superior, onde uma janela deixa espreitar os túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro. O Refeitório está ligado à Cozinha, que impressiona pela considerável dimensão da sua chaminé setecentista.
Ao sair do Mosteiro de Alcobaça, não se esqueça de admirar a “chita de Alcobaça”, um tecido 100% algodão, produzido exclusivamente na indústria têxtil portuguesa. Também pode ser um ótimo presente de Natal. Com risca larga ao alto, onde predominam aves exóticas, flores, ânforas e cornucópias, este pano com um metro e meio de largura, irradia muita cor em cada padrão.
Experimente depois a premiada doçaria conventual da região, nascida no seio dos conventos e mosteiros, onde abundavam as gemas e o açúcar. Sugerimos um pequeno roteiro pelas várias pastelarias da cidade, acompanhado de uma ginjinha. Brinde ao amor!
Por falar neste sentimento que nunca pode faltar, especialmente nesta época, visite o Jardim do Amor, um espaço de lazer que evoca o amor imortal de Pedro e Inês, e onde poderá imortalizar também o seu. A ideia é muito gira! Pode adquirir no comércio alcobacense, um kit que inclui duas chaves, um conjunto de amostras dos sabores do concelho (Ginja e Maçã de Alcobaça) e um pequeno papiro onde poderá escrever uma dedicatória, ou jura de amor, para ser colocada num dos 700 cofres embutidos nas paredes do Jardim do Amor.
Depois de passar por São Martinho do Porto, baía encantada, pare em Alfeizerão. Reza a lenda que, aquando de uma visita à localidade, foi servida a D. Carlos uma doce iguaria conventual que poderia ter culminado num desastre culinário, pois a cozedura da massa ficou incompleta. Para espanto e inesperado alívio da cozinheira, o bolo revelou-se um êxito e tem-se mantido assim o Pão de Ló de Alfeizerão, mal cozido e tão apreciado, até aos nossos dias. Uma boa sugestão para a mesa de Natal.
Depois, e para colocar debaixo da árvore, vai querer levar de Óbidos a famosa ginja. Compre também os copos de chocolate e … brinde vezes sem conta! Também vai querer divertir-se, de 30 de novembro a 31 de dezembro, na Óbidos Vila Natal que regressa com toda a alegria, muita animação, espetáculos, diversões e magia!
E porque em dezembro, todos os caminhos vão dar a Alenquer, Presépio de Portugal, venha experienciar o Natal mais autêntico do país! Entre num mundo mágico e, na pista de gelo natural, deslize apaixonado de mãos dadas com a sua alma gêmea. Depois, repare nos desenhos azuis e vermelhos pintados nas paredes de algumas casas. Integrado no programa de Natal, o “Pintar e Cantar os Reis” é uma tradição que os Alenquerenses, com muito orgulho, mantêm viva.
Na Ria de Aveiro, o roteiro é sempre especial
Siga para Ovar. Impossível deixar escapar mais uma oportunidade de comer um delicioso Pão de Ló, também ele conhecido pelo seu delicioso recheio húmido. Feito com recurso a (muitos) ovos, é cozido em formas de barro vermelho, típico da zona. Descubra a cidade a pé. Mergulhe no mundo do azulejo, até porque esta importante tradição está atualmente bem expressa nas inúmeras fachadas azulejares de vários edifícios da cidade.
Siga caminho em direção a Ílhavo, sempre com a Ria como pano de fundo. Ao longo de dezenas de quilómetros de ecovias, não deixe de aproveitar a bonita vista. E por falar em “vista”, na Vista Alegre, Fábrica de Porcelana fundada em 1824, visite o Museu, a Oficina de Pintura Manual da Fábrica, a Capela e as duas lojas da marca. Escolha uma prenda para si e seu companheiro/a.
Já em Águeda, explore o centro da cidade. Ora decorado com bolas e balões, ora com chapéus coloridos, nesta altura do ano dá lugar a tons natalícios que surpreendem e trazem muita magia. Até à primeira semana de janeiro, Águeda acolhe o Maior e o Menor Pai Natal do Mundo! Incrível, não acha?
Sabia que já se encontra aberta a Ecopista do Vouga, em Águeda, que liga este concelho ao município de Sever do Vouga? É mais uma zona ciclável que pode percorrer pedalando, por alguns concelhos do interior de Aveiro, com ligação a Viseu Dão Lafões. É que o projeto da Ecopista do Vouga entronca, na Ecopista do Dão. E é para lá que vamos agora!
Viseu Dão Lafões, de beleza incomparável
Se gosta de atividades ao ar livre, pegue na bicicleta e arranque do Fontelo para conhecer a Ecopista do Dão, a mais longa de Portugal. Desenvolve-se na antiga linha ferroviária do Dão que ligava a Linha da Beira Alta a Viseu, numa extensão de cerca de 50km entre Viseu, Tondela e Santa Comba Dão.
A Ecopista do Vouga integra a “Grande Rota da Ria de Aveiro”. O projeto estabelece a ligação de Sernada do Vouga a Santa Comba Dão, ligando os municípios de Águeda, Albergaria-a-Velha, Sever do Vouga, Oliveira de Frades, Vouzela, S. Pedro do Sul, Viseu, Tondela e Santa Comba Dão, através de um traçado ciclável e pedestre.
Saiba que do Parque do Fontelo, em Viseu, ao Parque Botânico Arbutus do Demo, em Vila Nova de Paiva, ou na Reserva Botânica do Cambarinho, em Vouzela, o que não faltam são locais incríveis e ao ar livre para aproveitar o melhor da natureza desta região.
Reserve, no entanto, algum do seu tempo para conhecer a Cidade Jardim. Um passeio pela cidade de Viseu mostra-lhe o melhor da arte urbana nacional, com trabalhos inspiradores de artistas como AKA Corleone, Lord Mantraste e Mariana, a miserável. Percorra ainda o Centro Histórico de Viseu – da Catedral de Santa Maria ao Museu Nacional Grão Vasco, há um vasto património histórico-cultural que merece ser descoberto.
E já que Viseu é também a cidade vinhateira do Dão, graças às castas espalhadas nas serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela, experimente alguns dos melhores vinhos de Portugal. Leve alguns para oferecer no Natal. Encontre Vinhos da Dão no comércio tradicional, onde as lojas se emperiquitam para o “Concurso de Montras de Natal”. Também os poderá encontrar no Mercado de Natal que regressa a Viseu, a partir do dia 8 de dezembro, no Rossio e na Rua Direita, com produtos natalícios: doçaria tradicional, chocolataria, queijos e enchidos, frutos secos, flores e artesanato.
Região de Leiria, com tesouros para explorar
A Região de Leiria é muito mais do que a sua história. Aqui se encontram paisagens naturais únicas – desde o Pinhal de Leiria, à Mata do Urso, a Serra de Sicó e o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. É neste último que se pode armar em explorador e descobrir as grutas de Santo António, Alvados e Mira de Aire, no concelho de Porto de Mós, e as Grutas da Moeda, no concelho da Batalha.
Inicie a viagem por Alqueidão da Serra para visitar a sua icónica Estrada Romana. Aqui existe um percurso pedestre com cerca de 9km que poderá fazer tranquilamente e aproveitar a paisagem que a serra tem para lhe oferecer.
Prossiga até à pequena aldeia de Alcaria onde o espera um excelente trilho que o irá conduzir ao coração da Fórnea, um anfiteatro natural e um dos locais mais extraordinários do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Caminhe pelo centro da Fórnea, que provavelmente até já a observou da Cova da Velha, podendo em seguida regressar ao carro e e rumar até à aldeia de Chão de Pias, onde o espera a vista mais extraordinária sobre a Fórnea. Deixe o carro junto à placa que indica a Fórnea e siga a pé pelo trilho em direção ao monte mais alto. A subida é íngreme mas de caminho curto, e vale muito a pena! As erosões provocadas pelas chuvas e pelas águas nascentes proporcionam um cenário natural impressionante, marcado pela característica vegetação.
Termine com uma ida à praia, sem mar, em pleno tempo de Natal. Estamos a falar da Praia Jurássica de São Bento, um fundo marinho com cerca de 170 milhões de anos, descoberto numa pedreira desativada. Há milhões de anos atrás, o mar inundava esta área da serra e no solo da Praia Jurássica, deixou-nos um incrível testemunho de fósseis (cavalos-marinhos, ouriços e estrelas-do-mar).
De Tomar a Dornes, o roteiro é Templário
Aproveite alguns dos seus dias de férias em tempo de Natal para visitar Tomar. A Praça da República acolhe um animado programa de Natal que não vai querer perder!
É também a altura ideal para saber mais sobre os Cavaleiros do Templo de Jerusalém, esta ordem religiosa que deixou na História de Portugal, em especial na região Centro, muitos registos, lendas e curiosidades por satisfazer.
Sabia que os Templários chegaram a Portugal em 1160, após D. Afonso Henriques, ter-lhes entregue uma vasta região entre o rio Mondego e o rio Tejo? Escolheram a cidade de Tomar para sua sede, em 1162. Fundada no Templo de Salomão, em Jerusalém, mas extinta pelo Papa Clemente V, não viu o seu fim imediato em Portugal, pois deixou aqui uma fiel herdeira – a Ordem de Cristo, especialmente dinâmica na época dos Descobrimentos.
Construído nos primórdios do reino de Portugal, entre os séculos XII e XVIII, o Convento de Cristo é hoje um Monumento Nacional classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, que todos devíamos visitar. Conta muitos séculos de História e foi sede da Ordem dos Templários, em Portugal. Apresenta diversos estilos arquitetónicos (românico, gótico, manuelino, renascentista e maneirista), está envolvido pelo castelo medieval da cidade, tem uma igreja manuelina com a famosa janela gótica e as mesmas proporções do Templo de Salomão (lugar onde a Ordem foi fundada), uma magnífica charola (oratório privativo) construída à semelhança do Santo Sepulcro de Jerusalém e diversos pormenores imperdíveis que o levarão a fazer uma visita prolongada.
Do Convento parta à descoberta da Mata dos Sete Montes, que encanta logo à entrada, pelos portões altos e pelo jardim bem ornamentado. De vasta área natural, possui uma rica flora de plantas aromáticas e medicinais e era conhecida como a cerca do convento, tendo no passado uma ligação ao castelo. Diz-se que aqui, a Ordem fazia os seus cultivos e orações. É hoje o principal parque da cidade, com a estátua do Infante Dom Henrique a dar-lhe as boas-vindas. Entre longas caminhadas a pé, imagine o passado e a bravura dos cavaleiros que aqui viveram! Continue de mãos dadas e entre numa das excelentes pastelarias da cidade. É altura de pedir um “Beija-me depressa”. Dizem que podia ser um poema. É um doce, e mais uma sugestão para a sua mesa de Natal.
Siga viagem. Gualdim Pais, cruzado e freire templário, além de ter fundado a cidade e o castelo de Tomar, fundou o Castelo de Almourol, numa localização única: uma ilhota no meio do rio, onde o Tejo e o seu afluente Zêzere se cruzam, em Vila Nova da Barquinha. Foi utilizado para defesa do território, formando a linha defensiva do rio Tejo (mais tarde, Tomar) e o da Cardiga. É agora um monumento recuperado e visitável, após uma curta travessia de barco. Vai gostar e mais tarde recordar!
Também nas margens do rio Zêzere, na pacata aldeia de Dornes, banhada pela albufeira de Castelo de Bode, foi erguida pelos Templários uma torre pentagonal com função de vigia durante a Reconquista cristã. Pouco conhecida, mas deslumbrante, esta aldeia pode ser o lugar ideal para terminar a sua visita pelo passado dos Templários.
O Centro de Portugal é ou não é um dos melhores destinos para conhecer, aproveitar, e viver momentos especiais em tempo de Natal?
Regresse a casa, feliz e retemperado. Viva festas em harmonia e que os outros dias sejam todos Natal!