Abaixo da terra, as grutas do centro de Portugal vão surpreendê-lo
Uma vinda ao Centro de Portugal é tocar o céu no topo das montanhas mais altas do nosso país, mas também o desvendar os mais belos mistérios de um mundo subterrâneo construído pela natureza, ao longo de milhares de anos.
O centro do território português é marcado por uma geomorfologia que propicia a formação de grutas e que preserva fósseis do Paleolítico e do Jurássico.
Debaixo de solo espera-nos todo um Mundo novo formado por salas esculpidas ao longo de milhares de anos e lagos cristalinos.
Na região de Leiria, Rio Maior e Tomar conheça algumas das maravilhas de Portugal
A maioria das grutas desta região concentram-se no Maciço Calcário Estremenho – ou seja, no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no Planalto de Santo António e no Planalto de São Mamede.
As grutas mais conhecidas da região de Leiria, Rio Maior e Tomar são as Grutas de Mira de Aire, consideradas uma das sete maravilhas naturais de Portugal pela sua beleza ímpar. As salas, algares, galerias e lagos sucedem-se num labirinto que se estende por onze quilómetros, dos quais 600 metros são visitáveis. Neste momento, são as maiores grutas turísticas em todo o território nacional.
A poucos quilómetros encontramos ainda a Grutas da Moeda, descobertas ao acaso, não sendo ao acaso que merecem a sua visita. A magia deste “intramundo” é tão grande quanto as histórias que o rodeiam.
Não muito longe, encontramos o complexo das Grutas de Santo António, que estão ligadas entre si. Formaram-se aproximadamente há 180 milhões de anos, quando os dinossauros povoavam a terra e caminhavam livremente pela Serra de Aire.
Ainda dentro do Parque Natural, encontramos as Grutas de Algar da Pena, que possuem a maior sala subterrânea conhecida em Portugal e um poço com 35 metros de profundidade.
Tal como as Grutas de Mira de Aire, as Grutas de Algar da Pena foram candidatas às sete Maravilhas Naturais de Portugal.
É já fora do Parque, em São Mamede, e a escassos quilómetros de Fátima, que chegamos às Grutas da Moeda. A parte visitável das grutas inclui várias salas, galerias e o Lago da Felicidade, prolonga-se por 350 metros e fica aproximadamente a 45 metros de profundidade.
Também já fora do parque, na localidade de Lapas (a dois quilómetros de Torres Novas), pode visitar as Grutas das Lapas. Esta formação labiríntica de corredores e salas espaçosas é a inspiração de dezenas de mitos, contos e lendas – quem sabe se não descobre a famosa passagem entre as grutas e o castelo?

Óbidos é mais do que a cidade do chocolate
O planalto de Cesaredas ocupa áreas nos concelhos da Lourinhã, Bombarral, Óbidos e Peniche. Trata-se de uma outra formação calcária do período Jurássico, do qual sobrevivem alguns fósseis. A maior gruta do planalto é a Gruta da Casa da Moura (a cerca de mil metros da atual zona residencial do Olho Marinho), que terá sido ocupada esporadicamente por hominídeos durante o Paleolítico superior. Contudo, era sobretudo uma toca para mamíferos, especialmente para lobos. Possivelmente foram usadas como necrópole no Neolítico, tendo sido já encontradas algumas ossadas.
Coimbra, a cidade do doutores e não só
As Grutas de Algarinho e Talismã (em Penela, Coimbra) situam-se a sul da nascente do Rio Dueça. Numa cavidade escondida entre a vegetação, espera-nos uma gruta com 2500 metros em que as estalagmites e estalactites calcárias se misturam com pedra vermelha argilosa. Este é o maior sistema subterrâneo de Portugal e as suas cores quentes transportam qualquer um para uma viagem inesquecível.