Castelo Branco, Capital da Beira Baixa
Esta cidade crescente surpreende a cada recanto. É a capital da Beira Baixa, está situada entre a Serra da Estrela e o rio Tejo e é uma referência da região centro. Com a sua origem a remontar ao século XII, nela coabitam passado e presente num raro equilíbrio entre história e modernidade. Ao chegar, respire o ar puro. Está em Castelo Branco.
A melhor vista sobre a cidade está a 490 m de altura ou no Miradouro de São Gens, em redor das ruínas do castelo, construído no século XIII pelos Templários, a quem D. Afonso Henriques havia entregue estas “terras de ninguém”, que hoje atrai tantos moradores e visitantes.
Arte na calçada, nos bordados, na pedra e nos edifícios
Descendo uns metros, percebe-se como as atividades artísticas e económicas desta cidade se entrecruzam na perfeição e atraem atenções nas ruas e nas histórias que se escutam. Ao chegar, repare nos detalhes dos passeios em calçada, onde são transpostos para o preto e branco da calçada portuguesa os coloridos motivos de inspiração oriental dos bordados e colchas de Castelo Branco.
Os bordados são feitos à mão, em tecidos nobres como o linho e a seda, resultando em bonitas e valiosas colchas. Os temas bíblicos, a amizade, o amor e a união do casamento estão neles espelhados por meio de pássaros, árvores, folhas, flores e outros símbolos. Podem ser admirados no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, situado no antigo Paço Episcopal, onde também encontra tapeçarias e pinturas de Arte Antiga.
Aos tradicionais bordados é colocado um cunho contemporâneo que o leva além fronteiras.
E por falar em contemporaneidade, a cidade de Castelo Branco respira criatividade que poderá apreciar no Centro de Cultura Contemporânea.
Este Paço, antiga residência de férias do Bispo da Guarda, convida ao relaxamento. Atravesse calmamente os seus maravilhosos e bem conservados jardins, suba as escadarias lado a lado com as cerca de duzentas estátuas representativas dos reis de Portugal, dos apóstolos de Jesus Cristo, dos bispos, dos signos do zodíaco e outras figuras simbólicas.
São belíssimos trabalhos na pedra, detalhes de uma das atividades económicas de outrora, a cantaria. O Museu do Canteiro (em Alcains) é um bom ponto de partida para aprofundar conhecimentos sobre este ofício.
Em frente ao Paço Episcopal, o Parque da Cidade com o seu espelho de água e aromas vindos das ervas ali plantadas convidam ao descanso.

E mesmo ao lado, o Convento da Graça e o Museu de Arte Sacra convidam-no a conhecer uma interessante coleção de arte sacra e alfaias litúrgicas.
Outra referência artística nacional, Manuel Cargaleiro, pintor e ceramista português nascido em 1927, tem as portas do seu Museu abertas para visita, com azulejaria, pintura, cerâmica e outras valências espelhadas num vasto acervo, situado num nobre edifício do centro histórico.
Além destes, convidamo-lo a visitar, sem falta, a antiga Judiaria e Casa da Memória, que recordam a presença e influência do povo judeu no desenvolvimento da cidade; a Praça Velha, correspondente à zona histórica da cidade; a Praça da Liberdade, que corresponde ao novo centro da cidade, bem servido de restaurantes, esplanadas e bares, bem como a moderna biblioteca e a câmara municipal; e ainda a Catedral – Igreja de São Miguel, originalmente medieval e mais tarde embelezada com elementos do Barroco e Rococó.
A cultura do lazer: caça, termas e passeios na natureza
Além da prática cada vez mais usual do turismo cinegético, que atrai inúmeros caçadores de javalis, faisões e outras espécies à região, as diversas praias fluviais e a piscina-praia com ondas artificiais atraem famílias e muitos jovens à cidade, especialmente no verão.
Já as Termas de Monfortinho, próximas da fronteira com Espanha, são um espaço aberto todo o ano, muito atrativo para relaxar e tratar de patologias respiratórias, ósseas, realizar tratamentos de beleza e desfrutar do ar puro da serra, num solário natural com banheira exclusiva.
Só experimentando vai conseguir perceber o luxo que é!
Complementares a estas propostas, um passeio pelas Aldeias Históricas de Monsanto e Idanha-a-Velha, uma longa caminhada pelo Geopark Naturtejo e, regressando à cidade, um lugar reservado no cine-teatro Avenida, enriquecem a sua visita.
Romarias, festivais e festas medievais
Seja na vasta área que o Boom Festival recria, em Idanha-a-Nova, seja nos intercâmbios musicais que o Conservatório de Castelo Branco faz com Orquestras de renome como a de Viena, seja através das alegres coreografias cantadas das tunas académicas, a música faz-se ouvir por todo o lado, de forma inesquecível.
Além de encontros estudantis, festivais e, até, festas de estilo medieval e outros eventos profanos, as festas religiosas também marcam Castelo Branco de fé. Se vier em Abril/Maio, poderá participar na romaria à Senhora de Mércoles. São também famosas a romaria de São Pedro de Vir à Corça e a Festa de Nossa Senhora do Almortão.
Caça aos sabores
De entre um banquete de pratos de caça como a perdiz de escabeche ou o cabrito estonado, os maranhos (enchidos), os pratos de peixe do rio, como a miga de peixe, ou ainda as sopas da boda, componha as suas refeições com o que a região tem de mais saboroso. Para sobremesa, as tigeladas, o arroz doce ou as cavacas e, para o lanche, umas deliciosas broas de mel. Bons vinhos para acompanhar? Certamente que os há…. E de Boa qualidade. Peça um bom vinho da região da Beira Interior.
Mas ficou a faltar a entrada, que também pode levar consigo à saída: o famoso Queijo de Castelo Branco (DOP), fabricado de forma tradicional, com uma qualidade incomparável.