Os doces de Natal são uma parte importante da cultura portuguesa. São uma maravilhosa forma de celebrar esta época festiva e de compartilhar momentos de alegria entre amigos e, sobretudo, em família.
Filhoses, sonhos, rabanadas, azevias, bolo-rei, bolo-rainha, escangalhado, pão de ló, arroz doce, aletria, broinhas…no Centro de Portugal, os doces de Natal são variados e refletem a riqueza da cultura e gastronomia da região, como não há igual.
Festas felizes com muita alegria no Centro de Portugal!
Deixamos-lhe, desde já, uma sugestão de receita para fazer nesta quadra natalícia, bem como, outras ideias de doces de Natal que pode experimentar em família.
. ROCAS DE MINDE – ALCANENA
Os fritos de Natal são essenciais à mesa nesta altura do ano e em todas as casas de Minde as rocas não podem faltar!
A massa finamente estendida, quase como uma folha de papel, é frita, o que lhe confere uma textura muito própria, estaladiça e muito quebradiça.
Atualmente não é preciso esperar pelo Natal para se deliciar com este frito típico, apesar de saber melhor à mesa da Consoada, que, apesar de se parecer com o coscorão, dizem os entendidos (quem os come), em muito pouco são parecidos.
. SABORES DO NATAL DE ALMEIDA
A tradicional Ceia de Natal ou consoada, realizada a 24 de dezembro, reúne à volta da mesa toda a família com o prato principal que inclui na nossa região o bacalhau cozido com a couve e batata. Fazem parte da mesa os tradicionais doces: arroz doce, aletria, farófias, filhoses, sonhos e rabanadas ou sopas paridas, como também são designadas em algumas das freguesias do concelho. Em todas as freguesias há variações e em cada família uma receita que passa de geração em geração. No dia 25 de dezembro, a família volta a reunir-se à volta da mesa e os pratos típicos incluem o cabrito ou peru assado e a tradicional roupa velha: bacalhau, batatas e couves que sobraram da noite anterior salteados em bastante azeite e alho.
ALETRIA
Ingredientes:
1 saco de aletria, 2 lt. de leite, açúcar a gosto, canela, um bocadinho de uma casca de laranja.
Modo de Preparação:
Junta-se o leite, o açúcar e a casca de laranja com um bocadinho de água e deixa-se ferver. Depois junta-se a massa e deixa-se cozer. Por fim a canela a gosto.
FILHÓS DE NATAL
Ingredientes:
1 kg de farinha de trigo, 100g de pão em massa, 12 ovos, 1 cálice de aguardente, sal, óleo para fritar.
Modo de Preparação:
Num grande recipiente, deita-se a farinha peneirada e o pão em massa. Misturam-se bem. Faz-se uma abertura no meio desta massa onde se deitam os ovos, a aguardente e um pouco de sal. Com uma colher de pau mexe-se em círculo e depois mexe-se bem até absorver a farinha. Em seguida amassa-se à mão até começar a fazer muitas bolhas.
Deixa-se descansar durante meia hora. Unta-se uma superfície lisa com azeite e vão-se esticando pequenas quantidades de massa com as mãos, para todos os sentidos, até ficar muito fino. À medida que se vão fazendo, deitam-se em óleo bem quente e com um garfo enrola-se o centro.
Viram-se para ficarem, bem lourinhas. Põem-se a escorrer e polvilham-se com açúcar.
ARROZ DOCE
Ingredientes:
Arroz doce, raspa de limão ou laranja, açúcar, sal, leite.
Modo de Preparação:
Ferve-se o arroz com água (de preferência arroz carolino). Mistura-se uma raspa de limão ou laranja e um pouco de sal. Quando este estiver cozido acrescenta-se leite,
açúcar, gemas de ovo ou pudim e para ficar mais cremoso acrescenta-se também um pacote de natas. Colocasse depois dividido em taças. Para decorar deitar um bocadinho de canela em pó (para quem goste) e depois de frio serve-se.
BOLA DOCE
Ingredientes:
Farinha de trigo tipo 65, açúcar branco (dentro) / açúcar amarelo (fora), azeite, fermento, água, sal, ovos.
Modo de Preparação:
Mistura-se tudo e batesse bem. Amassasse e vai levedar (fermentar). Vai ao forno a cozer. Por fim polvilha-se com açúcar amarelo.
É confecionado em fornos de Padaria durante 40 minutos.
. SABORES NATALÍCIOS DE ANADIA
O Bacalhau, Polvo, Rabanadas, Sonhos e Bolo Rei, são produtos gastronómicos que não podem faltar na mesa do Anadiense. No entanto, o cardápio natalício conta ainda com vários outros produtos gastronómicos regionais, típicos da Bairrada.
O Leitão da Bairrada é uma das 7 Maravilhas Gastronómicas. Outrora consumido em dias festivos, move atualmente apreciadores e turistas para a experiência da sua degustação. Merecedor do título de Rei, é um embaixador da culinária portuguesa, sendo um cartão de visita da gastronomia bairradina. Em alturas festivas, como o Natal e Passagem de Ano, é também uma tradição à mesa.
Os bilharacos e a aletria são duas especialidades doces que destacam a tradição gastronômica de Anadia, na região da Bairrada.
BILHARACOS
Doce tradicional de Natal na região, os Bilharacos em muito se assemelham aos Sonhos, tendo, no entanto, massas bastante distintas. São receita confecionada em muitas famílias há longos anos, com gosto de nostalgia e infância. À base de abóbora, este doce requer uma preparação atempada, normalmente no dia anterior, para que a abobora escorra bem. No dia seguinte, é necessário espremer bem a abóbora, no saco de pano, para eliminar o excesso de líquido.
A receita, em si, varia de casa para casa, na grande maioria dos casos passada oralmente pelas gerações ou em antigos livros de receitas escritos à mão, mas, em traços gerais, é a seguinte:
2 Kg Abóbora Menina
Sal q.b
1 Gema de Ovo
40g Açúcar
1/2 cálice de Vinho do Porto ou Aguardente velha
150g Farinha de trigo sem fermento (aproximadamente)
Óleo, para fritar
Para polvilhar: 4 c. sopa de açúcar; 2 c. de sopa de canela em pó
Preparação
Na véspera, descasque, e coza a abóbora em água temperada com sal até ficar macia.
Coloque a abóbora dentro de um saco de pano e deixe escorrer, pendurado, para que a abóbora enxugue, de preferência, de um dia para o outro.
No dia seguinte, depois de bem escorrida (pode apertar bem o pano até a abóbora perder quase toda a água), coloque-a numa tigela.
Adicione a gema de ovo, o açúcar e o vinho do Porto/Aguardente. Amasse bem com as mãos.
Adicione farinha, aos poucos, e mexendo, até obter uma massa consistente, mas nem muito mole nem muito rija e que possa ser frita às colheradas.
Com a ajuda de 2 colheres de sopa, forme os bolinhos e frite em óleo quente, até alourarem bem de ambos os lados.
Coloque os bolinhos a escorrer em papel de cozinha, para retirar o excesso de óleo.
Misture o açúcar com a canela e polvilhe os bolinhos.
ALETRIA
A Aletria, por ser um doce típico da época, não podia faltar na mesa bairradina no Natal. Por ser tradicionalmente polvilhada com canela o seu sabor evoca o aconchego e as memórias da infância.
Ambos os doces são verdadeiros ícones da doçaria tradicional portuguesa e destacam-se na rica gastronomia da Bairrada, ao lado de outros pratos emblemáticos como o leitão e os vinhos espumantes.
. TRADIÇÕES DE CÁ – ARGANIL
TIGELADAS
Cozida em forno de lenha, num caçoilo de barro vidrado, falamos da Tigelada.
Para preparar esta deliciosa iguaria apenas precisamos de um litro de leite, casca de limão, doze colheres de sopa de açúcar, doze ovos e sal. Assim, Num tacho de barro vidrado são bem batidos os ovos, o açúcar e a casca de limão, juntando-se depois o leite. Retira-se a casca de limão e o tacho vai para o forno de lenha bem quente, durante uma hora. Retirado do forno, deixa-se arrefecer e está pronta a servir!
BOLO-REI
O Bolo-Rei, é uma especialidade com muita tradição que nesta época do ano, está presente à mesa de todos os Arganilenses, principalmente no Natal e em Dia de Reis.
Não há muitos anos, no interior do bolo-rei encontrava-se, para além dos frutos secos e das frutas cristalizadas, uma fava seca e um pequeno brinde, que geralmente era objeto de metal. Quem encontrasse a fava seria a próxima pessoa a comprar o bolo-rei e quem encontrasse a pequeno brinde de metal seria presenteada com boa sorte.
Cada uma das pastelarias do concelho tem à disposição dos clientes, a sua ou as suas especialidades e as suas deliciosas variedades.
Em 2019 e 2020, o as pastelarias do Concelho de Arganil uniram-se no Dia de Reis, criando um Bolo-Rei gigante, num ato solidário, convidando a população a provar o Bolo-Rei e a contribuir para a criação da Casa dos Afetos da APPACDM, numa iniciativa promovida pela Câmara Municipal e CLDS.
. AVEIRO
Na mesa de Natal das famílias da região de Aveiro, encontra diversas iguarias regionais onde os produtos locais são Rei… o bacalhau cozido, o leitão à bairrada, as rabanadas, os bilharacos e os Ovos-Moles são o destaque.
Mas é nos restaurantes aderentes Aveiro Sabores com Tradição que encontra a montra perfeita da riqueza dos sabores da cozinha regional, desde uma abordagem mais tradicional à mais contemporânea.
O guia gastronómico Aveiro Sabores com Tradição é um guia digital que, a partir do ingrediente local que lhe apetece comer, escolhe o prato e descobre em que restaurante o poderá encontrar. Depois é só reservar e saborear. Pratos com enguias, mexilhões, ostras, algas, bacalhau de cura tradicional portuguesa, carne Marinhoa DOP, acompanhados de Vinhos e Espumantes da Região Demarcada da Bairrada, terminando a refeição com a Bandeja de Aveiro, composta por Licor de Aveiro e Aguardente da Bairrada, são algumas apenas algumas das sugestões.
Conheça a lista dos restaurantes aderentes também na APP Aveiro Tourism.
. COIMBRA
Património Alimentar Literário de Coimbra – Sabores de Natal, por Carmen Soares (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)
Associar alimentos e pratos a localidades é uma prática ancestral na escrita de temática gastronómica. Dar o nome de lugares ao que se come começou por ser uma necessidade decorrente da deslocalização de bens alimentares relativamente ao seu local de produção. A cidade de Coimbra não passou despercebida à pena de vários escritos dedicados ao registo de iguarias e receitas.
Gozando da distinção de poder ser considerada berço da culinária nacional portuguesa, ao surgir no panorama editorial do nosso país como a cidade onde se publicou o primeiro livro orientado para a promoção de um discurso culinário nacionalista, Cosinha Portugueza ou Arte Culinária Nacional (1899, Imprensa Académica), Coimbra tem um património alimentar literário registado em escritos de variadíssima natureza. Diversa é a “mesa de Coimbra”, com o seu topónimo ou adjetivação identitária da cidade a figurar em nomes de receitas e produtos de todo o tipo: as Arrufadas de Coimbra, o Manjar Branco à Moda de Coimbra, o Pão de Ló à Moda de Coimbra, o Pudim de Ovos de Coimbra, ou o Arroz doce à Moda de Coimbra; a variedade de salgados vai, entre outros, da Perdiz Fria à Moda de Coimbra, passando por pratos de bacalhau, lampreia, lombo e coiratos, até aos Ovos Mexidos de Cebolada à Moda de Coimbra.
Nesta quadra festiva, associamos ao jantar algumas iguarias que nos remetem para o Natal de Coimbra.
Nota: A inventariação e estudo do universo de bens alimentares e receitas culinárias a ela expressamente associadas é fruto do trabalho colaborativo de uma equipa de investigação constituída por investigadoras da Universidade de Coimbra e de pessoal técnico da Biblioteca e Arquivo Histórico.
Sobre a mesa
Pão
Arrufadas de Coimbra e queijo fresco
Bolo de carne à moda de Coimbra
A servir
Sopa do frade Crúzio
Bacalhau ao jeito de Coimbra
Cabrito assado à moda de Coimbra
Sobremesas
Pudim de ovos de Coimbra
Arroz doce à moda de Coimbra
Pão de ló à moda de Coimbra
Sopa dourada à moda de Coimbra
Filhoses de abobora menina à moda de Coimbra
Bebidas
Água, vinho branco e tinto
Licor de rosas
Espumante
. ESPECIALIDADES NATALÍCIAS DA COVILHÃ
FATIAS DOURADAS OU RABANADAS (Receita de S. Jorge da Beira)
Fosse qual fosse a condição social, as fatias douradas, por terem poucos ingredientes e serem acessíveis a todos, não faltavam em nenhuma mesa de Natal. O pão tem que ser duro, com dois ou três dias, molha-se no leite e depois no ovo, antes de irem a fritar em óleo bem quente. No final, depois de polvilhadas com açúcar e canela, as fatias douradas estão prontas para levar luz e sabor a qualquer mesa de Natal.
ARROZ DOCE
Água quente com açúcar e uma pitada de sal, quando a água está a ferver deita-se uma casca de laranja, deixa-se ferver e deita-se o arroz. Quando o arroz estiver a ferver vai-se misturando, aos poucos, o leite fervido. Mas, no final, há um pormenor que muda tudo. O arroz doce é deitado em pratos de barro antigos e a canela é aplicada como se o arroz doce estivesse a ser rendilhado. “Antigamente era assim, o arroz doce não podia faltar nas festas, nos casamentos, nos batizados, mas, principalmente, no Natal.”
FILHÓS (Receita do Barco)
Um quilo de farinha, branquinha como a neve que cai na serra, seis ovos caseiros, para ficarem amarelinhas, como o sol, 25 gramas de fermento de padeiro, para crescer a massa, quatro colheres de sopa de açúcar, para ficarem docinhas, sal para equilibrar os sabores, uma pinguinha de azeite, uma pinguinha de aguardente, amassa-se tudo até ficar desagarrada a massa da mão, tapa-se para crescer e quando o óleo estiver bem quente fritam-se. O segredo está em saber moldar a filhó e, para isso, vai-se molhando as mãos no azeite. Mas, se a massa estiver bem finta não é preciso estar sempre a meter a mão no azeite, porque molda-se bem com as mãos. No final, são polvilhadas de açúcar e canela, para quem gosta.
TALASSAS
É o nome português para as bolachas americanas, normalmente conhecidas por gaufres ou waffles. Há algumas variantes nas receitas e, em Portugal, este é um doce típico da Covilhã, embora se alargue a toda a região das Beiras, onde são tradicionalmente feitas na altura do Natal. A receita regional da Covilhã é muito simples, sendo as talassas confecionadas apenas com farinha de trigo, ovos, açúcar e manteiga. Há formas próprias para as confecionar, dando-lhes o seu aspeto característico.
. PÃO DE LÓ E CASTANHAS DOCES DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS
Figueiró dos Vinhos tem uma forte tradição de doçaria conventual, cujo receituário se presume ter nascido nos Conventos de Nossa Senhora da Consolação e Nossa Senhora do Carmo, de onde se destaca o Pão de Ló de Figueiró dos Vinhos e as castanhas doces.
A história e a tradição das suas receitas foram mantidas pela Confeitaria Santa Luzia, cujos segredos guardam religiosamente até aos dias de hoje.
O Pão de Ló, sobretudo, é muito apreciado o ano inteiro, não podendo faltar à mesa, em altura festivas como o Natal.
. PÃO DE LÓ DE OVAR
O Natal ganha um toque especial com a textura leve e o sabor requintado do Pão de Ló de Ovar. Este icónico doce torna-se a estrela das celebrações natalícias, enchendo os lares com o aroma inebriante de ovos, açúcar e tradição.
Ingredientes (10 doses)
18 gemas, 4 claras de ovo, 250 gramas de açúcar, 125 gramas de farinha
Preparação
Deve bater, durante 35 minutos, as 18 gemas e as 4 claras com o açúcar. Seguidamente, junte a farinha peneirada e bata a massa durante mais 10 minutos. Verta o preparado numa forma redonda de barro, previamente forrada com papel próprio (papel almaço).
Leve a forma ao forno, a cozer em temperatura branda (180ºC), cerca de uma hora ou menos. A principal característica deste Pão-de-Ló é ficar húmido.
Fonte: Confraria Gastronómica do Concelho de Ovar
. BOLO REI DE MAÇÃ BRAVO DE ESMOLFE, FILHÓS E RABANADAS DE PENALVA DO CASTELO
As filhós, as rabanadas e o bolo rei de maçã bravo de Esmolfe são três doces típicos do Natal português, no concelho de Penalva do Castelo. São todos deliciosos e uma forma muito apreciada de celebrar esta época festiva.
FILHÓS
As filhós são feitas com pão amanhecido, ovos, açúcar e canela. O pão é cortado em fatias finas e depois passado por uma mistura de ovos e açúcar. As fatias são então fritas em azeite quente até ficarem douradas. As filhós podem ser servidas simples ou com calda de açúcar, mel ou doce de ovos.
As filhós são um doce tradicional português que remonta ao século XVI. São frequentemente servidas no Natal, mas também podem ser saboreadas durante outras épocas do ano.
RABANADAS
As rabanadas são feitas com pão amanhecido, leite, ovos, açúcar e canela. O pão é cortado em fatias grossas e depois embebido em leite e ovos. As fatias são então fritas em óleo quente até ficarem douradas. As rabanadas podem ser servidas simples ou com calda de açúcar, mel ou doce de ovos.
As rabanadas são um doce tradicional português que remonta ao século XIV. São frequentemente servidas no Natal, mas também podem ser saboreadas durante outras épocas do ano.
BOLO REI DE MAÇÃ BRAVO DE ESMOLFE
O bolo rei de maçã bravo de Esmolfe é uma novidade natalícia de Penalva do Castelo. O objetivo é valorizar um dos produtos típicos do concelho, a maçã bravo de Esmolfe, e reduzir o desperdício.
Este bolo rei é feito com massa de bolo rei tradicional, mas com a adição de maçã bravo de Esmolfe. A maçã é ralada e misturada com a massa antes de ser colocada na forma. O bolo é depois cozido e decorado com frutas cristalizadas, amêndoas e açúcar.
O bolo rei de maçã bravo de Esmolfe é uma opção deliciosa e original para o Natal. É uma forma de experimentar um doce tradicional português com um toque especial.
. FILHOSES DA TIA MARIANA – MIRA DE AIRE
Zona de Origem: Mira de Aire, concelho de Porto de Mós, Região de Leiria.
Ingredientes:
1 kg de farinha, 4 ovos, 50 gr de manteiga/margarina, raspa de limão e de laranja, sumo da laranja, um pedaço de fermento de padeiro proporcional a 1 kg de farinha, ½ dl de azeite a ferver, sal q.b, 1 cálice de aguardente, ½ l de água.
Modo de preparação:
Escalda-se a farinha com o azeite a ferver e a manteiga derretida e mexe-se muito bem.
Seguidamente junta-se todo o resto dos ingredientes e amassa-se, vai-se misturando a água morna aos poucos.
Deixa-se repousar durante duas horas, coberta com cobertores. Tendem-se bocados de massa, com as mãos untadas, no formato de um joelho.
Levam-se a fritar em azeite ou óleo bem quente. Depois de escorridas são passadas por açúcar, ficando prontas a servir.
In, Cozinhas das Avós
. FILHÓS DE NATAL DE PROENÇA-A-NOVA
Aprenda a fazer as Filhós de Natal de Proença-a-Nova!
A maior parte das aldeias de Proença-a-Nova ainda mantém a tradição do madeiro que é aceso na Véspera de Natal: segundo a tradição, para aquecer o Menino Jesus recém-nascido. Mas há outras, e uma delas é deliciosa!
Em Proença-a-Nova, o Município continua a programar algumas atividades como o Mercado dos Sabores de Natal, que decorre habitualmente no Pavilhão Municipal. O evento promove os produtos gastronómicos associados a esta época, em especial as filhós, e apresenta propostas de artesanato e produtos locais que podem fazer parte da mesa de Natal e dos presentes que se costumam trocar.
As habituais cozinhas ao vivo ensinam a fazer filhós, através de uma saborosa e antiga tradição que não pode faltar às mesas do Centro de Portugal!
“Deus te acrescente, agora e sempre!”.
. FLORETAS E PASTEL DE CASTANHAS “O QUINAS” – SABUGAL
Para além das Filhós/cuscurel, Arroz-doce, Farófias, Rabanadas e Sonhos, destacam-se as Floretas, uma iguaria que apesar da sua demorada e meticulosa produção ainda subsiste no tempo. Com o brio de quem as produz, são orgulhosamente ostentadas nas mesas de Natal, no Sabugal.
Perfeito para decorar as mesas de Natal e aquecer os dias mais frios, é o Pastel de castanhas “O Quinas”. Produto gastronómico local de referência, desenvolvido pelo Chefe Rui Cerveira, utilizando alguns dos produtos locais, com especial destaque para a castanha, um produto de excelência destas terras, aliado à identidade “Quinas”.
. TIGELADAS DO SARDOAL
Segundo Luís Gonçalves, as Tigeladas são um dos doces mais típicos desta região, de que muitas terras se arrogam de terem sido elas as criadoras deste doce delicioso. Segundo ele, a sua divulgação depois de sair do segredo dos Conventos, teve origem em Alcaravela, sendo tradição da família Serras, uma das mais antigas daquela freguesia. A receita terá sido para ali levada, há mais de 150 anos, por uma sobrinha do Padre Canastra que foi, durante muitos anos, Prior da freguesia de Alcaravela. As “Tigeladas” são cozidas, tradicionalmente, em tigelas próprias de barro não vidrado.
. RECEITAS DE NATAL DE SEVER DO VOUGA
Sever do Vouga mantém o passado vivo durante a Quadra Natalícia. As receitas vão passando de geração em geração preservando os saberes e os sabores.
Na mesa de Natal não pode faltar o tradicional escoado de bacalhau (bacalhau, couve e batata) regado de um bom azeite e também o polvo assado no forno ou arroz de polvo. As rabanadas, os bilharacos (bolinhos de abóbora), as filhoses, os sonhos, a aletria, o leite-creme, o bolo-rei e as castanhas assadas fazem parte da genuinidade da época natalícia.
Todas estas iguarias compõem a mesa do dia 24 e do dia 25, todavia neste último é usual estar presente o cabrito assado no forno, a vitela assada no forno ou o peru assado no forno.
A lareira é outro dos símbolos que caracterizam o Natal de Sever do Vouga e neste dia é usual colocar na lareira o maior tronco do ano para aquecer ainda mais o ambiente familiar.
A tradição da ida à missa do galo, no dia 24 de dezembro, à meia-noite, ainda se mantém.
BILHARACOS À MODA ANTIGA
Ingredientes
. 2kg de abóbora menina
. Raspa de limão ou laranja
. 400 g de açúcar louro
. 200g de farinha de trigo
. 3 ovos inteiros
. Um pouco de canela
. 1 cálice de aguardente
. Canela e açúcar para polvilhar
. Óleo para fritar
Preparação
Cozer a abóbora de véspera, com pouca água e um pouco de sal. Depois de cozida, escorrer dentro de um saco de pano, por forma e libertar o máximo de água.
No dia seguinte retirar o excesso de líquido, e colocar a abóbora numa taça. Juntam-se todos os ingredientes, envolvendo bem para que resulte numa massa homogénea.
Formar bolinhas com a ajuda de duas colheres e fritar em óleo abundante, a uma temperatura elevada.
Retirar o excesso de gordura com papel absorvente e colocar numa taça. Polvilhar com canela e açúcar antes de servir.
RABANADAS À MODA ANTIGA
Ingredientes
.1 cacete de pão (pão duro)
. 0,5 litro de vinho tinto, ou branco
. 6 ovos inteiros
. 100 gramas de açúcar
. Canela e casca de limão
. Óleo para fritar
Preparação
Num tacho, misturar vinho, açúcar, e casca de limão, e levar a lume até ferver.
Cortar o pão em fatias (da espessura de um dedo) e molhar no preparado do vinho (não deve estar muito quente para não desfazer o pão).
Num recipiente batem-se os ovos inteiros. Seguidamente passa-se cada fatia de pão pelo batido de ovos. De seguida, fritam-se as fatias em óleo bem quente. Escorrem-se e polvilham-se com açúcar e canela, depois de frias.
Nota: Nas casas mais pobres usava-se o vinho de produção própria, que em Sever do Vouga era o conhecido “vinho americano”
. VILA VELHA DE RÓDÃO
NÓGADOS DE VILA VELHA DE RÓDÃO
A tradição de confecionar Nógados remonta a tempos imemoriais, em que receitas cuidadosamente elaboradas por mãos habilidosas, foram passadas de geração em geração. Este doce natalício tornou-se uma parte integrante das celebrações festivas no concelho de Vila Velha de Ródão.
A preparação dos Nógados é uma arte, exigindo perícia e paciência. Cada ingrediente é escolhido com esmero, e cada passo do processo de confeção é executado com dedicação. O resultado final é uma delícia que derrete na boca, equilibrando perfeitamente doçura e textura.
Assemelham-se a “grossos e longos cordões de oiro”, muito apreciados em tempo de Natal.
Ingredientes
Massa
1 massa feita com fermento de padeiro ou 1 pão de massa, 1 dúzia de ovos, +/- 1,5 kg de farinha Branca de Neve (normalmente é mais farinha, depende da massa), 125 gramas de açúcar, 2,5 dl de azeite, 1 colher de sopa de mel, ½ colher de sopa de fermento em pó, 1 cálice de vinho do Porto, 1 chávena de sumo de laranja, 1 copo de aguardente, Sal (q.b).
Calda
0,5 l de água, 0,25 l de mel, Açúcar a gosto, 1 pau de canela, 1 casca de laranja.
Confeção da massa
Leva-se ao lume o azeite com o mel. Desfaz-se a massa com os ovos e, a pouco e pouco, juntam-se todos os ingredientes.
Depois de bem amassado deixa-se levedar.
Quando a massa estiver finta, tiram-se pedações de massa do alguidar e fazem-se bolas. Destas fazem-se palitos que se enrolam e fritam em óleo bem quente.
Depois de fritos, passam-se pela calda.
Confeção da calda
Todos estes ingredientes da calda devem ser bem fervidos. Depois, é só passar os nógados por esta calda. Enquanto se passa pela calda, a mesma deve estar em lume brando.
E AINDA!
. FILHÓS, SONHOS, RABANADAS E AZEVIAS
Em certas zonas do Centro de Portugal, as Rabanadas são conhecidas como Fatias Douradas, A juntar-se a estas, temos os Sonhos e as Azevias (pastéis recheados com grão, abóbora e batata doce). Os primeiros fofos e deliciosos, as segundas suculentas e saborosas. Não falta à mesa a tradição dos Coscorões, um bolo, também ele frito, em formato retangular, de massa fina e estaladiça, coberta com açúcar e canela.
Na zona beirã, as eleitas para a quadra natalícia são as Filhós do joelho, assim conhecidas pois o estender da massa é feita como o nome indica, no joelho. E mesmo que muitos prefiram tendê-la à mão, esta é uma tradição recorrente que envolve toda a família.
SAIBA MAIS: Filhós | Sonhos de Natal | Rabanadas ou Fatias Douradas | Azevias de Natal | Coscorões
. ARROZ DOCE E ALETRIA
O famoso e delicioso Arroz Doce, tradicional e caseirinho, feito com muito carinho na noite de Consoada, enche as mesas de Natal no Centro de Portugal. Consoante o território, apresenta-se branco sem ovos ou amarelo, ambos irresistíveis e quase sempre polvilhados com canela, ao lado da bela travessa de Aletria Doce que, também ela, não pode faltar.
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. LAMPREIA DE OVOS E PÃO DE LÓ
A Lampreia de Ovos, é um emblemático doce de Natal, feito à base de ovos e fios de ovos, decorado com frutas cristalizadas. O seu formato peculiar e colorido irão certamente impressionar os seus familiares.
Para os amantes da doçaria conventual, seja ele de Alfeizerão ou de Ovar, o Pão de Ló é outra das iguarias que ganha destaque na sua mesa de Natal.
SAIBA MAIS: Pão de Ló de Alfeizerão | Pão de Ló de Ovar
. BOLO-REI, BOLO-RAINHA, BOLO PRÍNCIPE OU ESCANGALHADO
Quem não conhece o incontornável Bolo-Rei com massa recheada de frutos secos e cobertura de frutas cristalizadas? Sendo uma excelente alternativa para quem não aprecia as frutas cristalizadas, surge o Bolo-Rainha, também ele circular com um buraco no centro, mas cuja cobertura e recheio são apenas feitos de frutos secos. Dizem que os melhores frutos secos do país são de Torres Novas. E nós também achamos! Igualmente docinho temos o Bolo Príncipe, semelhante aos anteriores, mas mais guloso, recheado com chocolate. Já o Bolo-Rei Escangalhado, com forma retangular, guarda no seu interior doce de chila, creme de pasteleiro e frutos secos.
. TRONCO DE NATAL
O Tronco de Natal é uma das mais antigas tradições gastronómicas portuguesas. Sabia que a sua origem remonta a largas dezenas de anos atrás? Surgiu da reunião familiar que antigamente se fazia em torno das lareiras, procurando o calor em dias frios, dando origem a este magnífico bolo, em forma de torta, imitando um tronco, com coloridas decorações natalícias.
Estes são apenas alguns dos muitos doces de Natal que podem ser encontrados no Centro de Portugal. Cada um deles tem o seu próprio sabor e textura únicos, que contribuem para a magia à mesa, em tempo de Natal.
A escolha é vasta e certamente encontrará o que mais agrada ao seu paladar.
Feliz Natal no Centro de Portugal!
Artigo em permanente atualização.
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