Será coincidência rio Lis rimar com D. Dinis? E Leiria rimar com alegria?

O rio e o rei são dois importantes marcos da História desta cidade do Centro de Portugal, também capital de distrito. Alegria é o que sentimos ao visitá-la. É jovem, moderna, culturalmente ativa e muito agradável para passear de dia e de noite.

Seja em família, com amigos, a dois ou a sós, Leiria convida-nos a ver montras e a entrar nas lojas para as mais variadas e divertidas compras. Leva-nos a admirar arcadas quinhentistas e amplas esplanadas cheias de vida, na Praça do poeta Rodrigues Lobo. No Largo Cândido dos Reis, mais conhecido por “Terreiro”, desvenda nobres solares e palacetes e desafia-nos a viver ao ritmo dos eventos no Mercado de Sant’Ana e no Teatro José Lúcio da Silva, centros culturais da cidade.

Surpreende-nos com os edifícios da autoria do arquiteto Ernesto Korrodi, e senta-nos à mesa num dos charmosos restaurantes, cafés ou mesmo num banco de jardim, à beira do Lis.

Tudo para apreciar o lado leve da vida.

As areias, o mar e o Pinhal

Espaços de lazer não faltam e já existem desde o século XIII, como é o caso do famoso Pinhal de Leiria que constitui uma das maiores áreas naturais da região Centro e é muito procurado pelos adeptos da orientação, do cicloturismo e dos passeios pedestres. Criado para travar o avanço das areias sobre os terrenos agrícolas, teve o seu expoente de utilidade nos Descobrimentos Marítimos Portugueses, quando as madeiras se transformavam nas embarcações que seguiam viagem em busca do mundo desconhecido.

E porque de areia e mar se formam, aqui bem perto as praias de Pedrógão (Leiria), Vieira, e São Pedro de Moel (Marinha Grande), acolhem a espuma branca das ondas, calmas ou ondulantes. Verdes, vermelhos e outros que tais pintam os chapéus e os toldos, onde dormitam e brincam pequenos e graúdos.

 

Cores salpicadas também nos barcos já envelhecidos dos pescadores que mantêm orgulhosamente a secular Arte Xávega, quando a brandura do mar assim o permite. Lançam-se homens às ondas, nos barcos a remos, atiram-se as redes. Puxam-se mais tarde para o areal dourado, carregadas de peixe brilhante, partilhando entre todos o espírito antigo da felicidade de mais uma faina de sorte e alegria.

À mesa, servem-se quentes as sardinhas assadas, ou apaladadas caldeiradas e saborosos mariscos. Com animação deslizam pelas ondas, pranchas de surf e de bodyboard.

Descansar e contemplar o cenário natural envolvente é outra boa opção. E se é adepto das águas termais, o Spa de Monte Real reforça a sua saúde através de circuitos de águas, massagens esfoliantes ou banhos de relaxamento, entre outros tratamentos.

Relaxe agora, pois ainda tem muito para ver.

Explorando o Património Cultural

Os apontamentos de cultura podem ser captados em vários espaços. No Museu de Leiria, situado no Convento de Santo Agostinho, no Museu da Imagem em Movimento, na Casa dos Pintores (oficina de arqueologia) ou, ainda, na Biblioteca Afonso Lopes Vieira, onde “O Crime do Padre Amaro”, obra que Eça de Queiroz escreveu enquanto vivia nesta cidade, está certamente disponível para requisição.

O Museu do Moinho do Papel, projetado pela autarquia em parceria com o Arquiteto Álvaro Siza Vieira, está à sua espera à beira do Lis e faz alusão à produção de papel, iniciada precisamente nesta cidade portuguesa. O Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho, no Vale do Lapedo, também merece a sua visita pois permite obter uma contextualização na história da evolução humana. Aqui foi descoberta a primeira sepultura do Paleolítico Superior da Península Ibérica, conhecido por “Menino do Lapedo”.

A uma ligeira subida de distância, depois de passar na majestosa Sé, chegue ao Castelo medieval. Perdido e reconquistado várias vezes durante a História, passando de cristãos para muçulmanos, tornou-se Palácio Real para ver crescer D. Afonso IV, filho de D. Dinis e da Rainha Santa Isabel. Visite a Igreja de Santa Maria da Pena, os celeiros e as muralhas, bem como, a Torre de Menagem com o seu interessante núcleo museológico. Da Alcáçova, uma das salas mais bonitas deste conjunto arquitetónico, espreite a vista sobre a cidade. Este é um dos pontos de paragem obrigatória para quem chega a Leiria.

A arte da boa mesa e boa cama

A arte de cozinhar é secular na região de Leiria. À diversidade junta-se a qualidade. Dos antepastos à doçaria, os sabores são únicos.

As migas de nabiça e de broa, regadas com bom azeite, são excelentes para acompanhar os negritos, as morcelas, a friginada, o bacalhau albardado ou assado na brasa. Bem perto da cidade do Lis, chega-nos o estaladiço leitão assado da Boa Vista, cuja fama já ultrapassou as fronteiras do concelho e da região.

Em Santa Catarina da Serra, o chícharo, leguminosa muito apreciada, é servida com diferentes acompanhamentos ou presente em doces variados e iguarias tradicionais. De amêndoa e gemas de ovos, as Brisas do Lis, maior referência da doçaria leiriense, completam esta viagem gastronómica.

Descanse, depois, que nem um rei por terras de D. Dinis.

Encontre alojamento à sua medida, onde é atendido com primor e hospitalidade. Perca-se na modernidade dos hotéis ou no conforto e ruralidade das Quintas e Solares apalaçados.

Porque o Centro de Portugal recebe-o como se estivesse em casa…