Sabia que?
O Natal é uma época de grande festa e celebração no Centro de Portugal. Aqui, poderá descobrir tradições fascinantes e curiosidades cativantes que tornam esta época inesquecível!
A tradição de colocar um ramo de azevinho debaixo da almofada na noite de Natal para sonhar com o futuro marido, por exemplo, é uma tradição antiga que remonta à era medieval. O azevinho é uma planta associada à sorte, ao amor e à fertilidade, e acredita-se que tem o poder de trazer sonhos proféticos. Esta curiosa tradição, muito comum em várias regiões do Centro de Portugal, é particularmente popular entre as raparigas solteiras que desejam encontrar um marido.
Mas a tradição mais emblemática de Natal no Centro de Portugal, é a celebração religiosa da “Missa do Galo” que ocorre a 24 de dezembro, à meia-noite. Por esta ocasião, são entoados cantos e orações especiais, que na véspera do Nascimento de Jesus, tal como um galo a teria cantado, anunciam a chegada do Messias.
Também é comum a realização de grandes fogueiras que ocorrem geralmente logo após a Missa do Galo. Acesas em diversas vilas e aldeias, simbolizam a purificação e a renovação. Acontecem nos adros das igrejas ou nas praças das freguesias, onde a população se reúne e convive, em torno de um enorme madeiro.
Outra tradição importante é a confeção de doces e bolos típicos de Natal, como o bolo-rei, as filhoses, as rabanadas, o bolo de mel e o pão de ló, entre tantas outras iguarias que adornam a mesa de Natal! Estes doces, habitualmente confecionados em família, em alegre convívio, são servidos à mesa na noite de Natal, juntamente com outros pratos tradicionais, como o bacalhau assado, o polvo ou o peru.
Além destas tradições de Natal, também o Ano Novo e Dias de Reis são marcados por outras curiosidades e tradições.
Acompanhe-nos e saiba quais são. Vale a pena vivê-las no Centro de Portugal!
ALDEIA DE CABEÇA, A MAIS ECOLÓGICA DO PAÍS
Visitar uma “festa genuína feita por mãos de gente genuína”, é o convite dos habitantes da Aldeia de Cabeça, em tempo de Natal.
São poucas pessoas, mas com enorme espirito natalício, transformam esta época numa festa gigante.
Inspirada nos valores do Natal, aqui se vive de forma simples e autêntica esta quadra festiva. Os enfeites são concebidos à mão, em exclusivo pelos seus moradores, com materiais retirados diretamente da natureza. As luzes utilizadas são LED. É que a Aldeia Cabeça de Natal é, desde 2011, a primeira aldeia a implementar medidas verdadeiramente sustentáveis.
Os habitantes orgulham-se de abrir as portas das suas casas aos visitantes, transformando a aldeia e as suas ruas num verdadeiro mercado de Natal. Por isso, se quer fugir do óbvio na hora de trocar presentes, nesta Aldeia de Montanha encontra soluções ecológicas e originais. Prove também as iguarias locais e ouça grupos de música tradicional e coros infantis. Coloque já na sua agenda uma visita a esta aldeia. O espírito de Natal vive aqui.
CONCURSO DE COUVES DE NATAL EM CELORICO DA BEIRA
É por altura do Natal que se realiza em Celorico da Beira o Concurso de Couves de Natal.
Com cerca de 50 couves a concurso, este certame tem como rainha a couve penca, numa organização da União de Freguesias de São Pedro, Santa Maria e Vila Boa do Mondego e com o apoio do Município de Celorico da Beira.
O evento tem lugar este ano a 23 de dezembro, na Praça da República, a partir das 9 horas, onde são admitidas a concurso apenas couves de natal de horticultores do concelho.
Do programa faz parte, para além da exposição e avaliação das couves, um almoço típico, seguido de animação musical.
A iniciativa surgiu de uma ideia de uma produtor como forma de homenagear os antigos horticultores do Concelho de Celorico da Beira e divulgar os produtos agrícolas do concelho, mais concretamente as couves.
As couves serão avaliadas por um júri de três elementos, que premeia a melhor couve de Natal criada no concelho celoricense, em função do peso, da aparência e do diâmetro.
CONCURSO DE COUVES E ABÓBORAS DE NATAL EM TÁBUA
Couves e abóboras vão a leilão em Tábua
O Mercado Municipal de Tábua recebe anualmente, a 24 de dezembro, o aguardado Concurso de Couves e Abóboras de Natal, organizado pelo Município com o objetivo de promover a couve e abóbora como produtos regionais de importante valor económico, cultural e turístico.
Este são, pois, dois ingredientes indispensáveis e predominantes na Ceia de Natal das mesas beirãs.
“PENAMACOR VILA MADEIRO” – O MAIOR MADEIRO DE NATAL DE PORTUGAL
É em Penamacor que se acende o maior madeiro de Natal de Portugal.
O Madeiro consiste numa grande fogueira que é feita no adro da igreja, onde a população se reúne depois da Missa do Galo.
Mais que uma grande festa, é uma tradição local que fomenta o encontro entre várias gerações de Penamacorenses, recebidos todos os anos pelos jovens que celebram 20 anos. As várias atividades, desde o abate das árvores à sua disposição no adro da igreja, passando pelo convívio no campo, pelo interminável cortejo de tratores que transportam os gigantescos troncos no dia 08 e pela festa da Imaculada Conceição, culminam no atear do Madeiro, na noite de 23 para 24 de dezembro.
Além de dar a conhecer os rituais desta genuína tradição, há um caloroso acolhimento dado pela população, que abre as portas das próprias habitações ou de familiares e amigos, com tasquinhas e vendas de artesanato, onde podem encontrar lembranças da festa do Madeiro para levar.
Em dezembro, Penamacor é Vila Madeiro!
FESTIVAL DA FILHÓ ESPICHADA
O Festival da Filhó Espichada em Pampilhosa da Serra é uma celebração de sabores tradicionais.
Pampilhosa da Serra, encantadora vila aninhada entre as majestosas montanhas da Serra do Açor, ganha vida todos os anos com a realização do Festival da Filhó Espichada. Este evento anual é uma celebração vibrante da rica herança gastronómica da região e da tradição local de preparar e saborear a deliciosa filhó espichada.
A filhó espichada é uma iguaria tradicional da região, uma massa doce frita e polvilhada com açúcar e canela. O festival tem raízes profundas na cultura local, refletindo a habilidade artesanal dos habitantes de Pampilhosa da Serra que horam receitas transmitidas de geração em geração.
O Festival da Filhó Espichada é um evento que abraça a comunidade e atrai visitantes ávidos por explorar a autenticidade da culinária local. Durante o festival, a praça central de Pampilhosa da Serra transforma-se num mercado animado, repleto de barracas coloridas e aromas tentadores.
Um dos pontos altos do festival são as competições culinárias, onde chefs locais e amadores mostram suas habilidades na preparação da filhó espichada perfeita. Os jurados, muitas vezes, incluem chefs renomados e personalidades da gastronomia, proporcionando um toque de prestígio ao evento.
O festival também oferece demonstrações e workshops, nos quais os participantes podem aprender os segredos por trás da confeção da filhó espichada. Essas sessões proporcionam uma oportunidade única para os amantes da culinária se envolverem diretamente com os métodos tradicionais de preparo.
Além da ênfase na gastronomia, o Festival da Filhó Espichada em Pampilhosa da Serra destaca-se por promover atividades culturais locais. Apresentações de música folclórica, danças tradicionais e exposições de artesanato regional adicionam uma camada extra de autenticidade à celebração.
MAGUSTO DA VELHA
Esta tradição natalícia realiza-se no dia 26 de dezembro, na Aldeia Viçosa, freguesia do Concelho da Guarda, e é única no país.
Esta tradição vem de há muitos séculos, onde aqui se viviam tempos difíceis, de muita fome. Conta a história que, uma velha endinheirada terá feito uma doação à freguesia para que o povo pudesse, um dia por ano, beber vinho e comer castanhas. Em troca era-lhes apenas pedido que lhe rezassem pela alma.
A tradição consiste que no dia posterior ao Natal, e ainda enquanto arde o Madeiro, novos e velhos já aguardam no adro da Igreja Matriz, esperando que do cimo do campanário “chovam “as castanhas prometidas pela “Velha”.
Também cá em baixo, no largo, se distribui vinho para aquecer as gargantas. Entre risadas e empurrões foge-se à “chuva da castanha” que se cai na cabeça, bem magoa.
Ainda há tempo para as “cavaladas”, um jogo que consiste em saltar para as costas de quem se dobra para apanhar castanhas.
A Junta de Freguesia de Aldeia Viçosa tem conseguido preservar esta tradição, para que a população e visitantes ainda possam usufruir do que foi prometido pela “Velha” e não quebrar a tradição.
“ÁGUEDA É NATAL” COM O MAIOR E MAIS PEQUENO PAI NATAL DO MUNDO
O Maior e Menor Pai Natal do Mundo estão em Águeda
Águeda mantém dois dos seus grandes ícones como atrações: o Maior e o Menor Pai Natal do Mundo!
Em 2016, a implementação do “Maior Pai Natal do Mundo”, no Largo 1º de Maio, com cerca de 21 metros e 250 mil leds a iluminá-lo, veio dar uma nova imagem a Águeda e ao seu Natal. A iniciativa ganhou uma dimensão que bateu recordes, aumentando a afluência de visitantes e tornou-o num evento de excelência, sendo-lhe atribuído o Guinness World Records de Maior Pai Natal.
Ao longo de 3 anos, este Pai Natal gigante brilhou sozinho mas, em 2018, juntou-se o “Mais Pequeno Pai Natal do Mundo”, uma nano-escultura que apenas pode ser contemplada através de microscópio. O “homem das barbas brancas” cabe no buraco de uma agulha e está exposto no Posto de Turismo de Águeda. Esta obra de arte única, do tamanho de um ponto final, foi desenvolvida pelo artista Willard Wigan, o criador das obras mais pequenas do mundo, de acordo com o Guinness World Records.
Cá fora, as várias decorações e os famosos guarda-chuvas coloridos dão lugar ao branco, vermelho, dourado e verde, e fazem brilhar as ruas da cidade. Outras iluminações transformam o Parque de Alta Vila num parque encantado, com luz, cor e magia.
SAIBA MAIS
“SABUGAL PRESÉPIO” – O MAIOR PRESÉPIO NATURAL DE PORTUGAL
‘Sabugal Presépio’ – O Maior Presépio Natural de Portugal é um evento que se afirma como marca identitária do concelho e através do qual o Município do Sabugal convida residentes e visitantes a deixarem-se envolver pelo espírito natalício e a surpreenderem os sentidos com a recriação do Presépio de Belém.
O Presépio é construído com recurso a materiais recolhidos na natureza, tais como troncos de castanheiros, heras e musgos. Esta recriação contempla diversas cenas bíblicas relacionadas com a Natividade, a uma escala em que os visitantes se sentem como parte integrante do mesmo.
Junto do “Sabugal Presépio” pode encontrar o Mercadinho de Natal, com exposição e venda de artesanato e produtos locais, atividades, e muita animação.
São inúmeras as atividades para toda a família: atelier infantil, pista de gelo, passeio de burro ou charrete, animação de rua e muita alegria.
PINTAR E CANTAR DOS REIS EM ALENQUER E NO CADAVAL
“Pintar e Cantar dos Reis” surpreende os visitantes de Alenquer
É legitimo afirmar que o “Pintar e Cantar dos Reis” é hoje a mais valiosa manifestação de Património Cultural Imaterial do concelho de Alenquer.
Os pintores vão à frente, com os baldes de vermelho e azul, misturados na cal, e vão deixando nas fachadas das casas, junto às portas, desenhos muito característicos: corações e vasos floridos, estrelas, símbolos de profissões, como uma balança ou um martelo e a sigla «B.R.», que quer dizer «Bons Reis».
A simbologia das pinturas representa os membros da família que habitam determinada casa ou as profissões de determinada loja ou oficina.
Atrás dos pintores seguem os cantores que em jeito de desafio deixam os seus cantares desejando a todos um bom ano.
Pintar e Cantar de Reis é também um forte símbolo do património imaterial do Cadaval, amplamente participado pelas populações locais e visitantes.
E ainda…!
. ALCANENA
No Espinheiro, o Natal é festa na (e da) aldeia… é a Festa em Honra de Nossa Senhora da Encarnação que junta toda a aldeia nesta época carregada de significado que para os espinheirenses é muito mais do que uma festa popular. As tradições que unem a festa religiosa à festa pagã são um exemplo da riqueza cultural desta localidade. Dois grandes exemplos são o “Malhão do Galo” uma tradição que marca o final da festa e o dia da Pinga, um dia em que todos abrem portas para, à boa maneira portuguesa, receber todos quantos queiram juntar-se à festa. Este dia será uma lembrança do que em tempos era a oferta de vasilhas de vinho que eram deixadas na igreja e só eram abertas e distribuídas pela população no último dia da festa.
Em quase todas (senão em todas!) as localidades do concelho, as populações juntam-se para acender as fogueiras de Natal, que se mantêm acesas até à altura dos Reis (06 de janeiro). Os rapazes vão buscar a lenha nos tratores, num ambiente de festa e de cumplicidade. À volta das fogueiras juntam-se as pessoas da terra, em conversas animadas, com um copo e um petisco… são o cenário perfeito de dias frios de inverno numa época do ano que aquece o coração.
. ALMEIDA
O Natal é uma época cheia de costumes familiares, convívio, partilha, que desperta todos os sentimentos de solidariedade e fraternidade. No Município de Almeida, ainda prevalecem várias tradições, histórias e costumes que se vão adaptando com a evolução da sociedade e passagem dos anos.
Vejamos algumas delas.
. Missa do Galo
No concelho de Almeida, ainda hoje se celebra o Natal de uma forma mais religiosa assistindo à Missa do Galo, que se celebra apenas nesta quadra do ano. A missa é celebrada à meia-noite na passagem do dia 24 para 25 de dezembro, tendo já algumas freguesias antecipado a hora para as 23h00 ou mesmo 22h00, uma vez que nesta participação, a grande maioria é de uma população mais envelhecida. Nesta celebração religiosa o pároco celebra a missa enquanto o povo entoa cânticos de Natal. Por fim o pároco dá a imagem do Menino Jesus a beijar aos fiéis que pedem proteção e saúde.
. Madeiro de Natal
Em algumas das aldeias que compõem o concelho, o Natal é marcado pela cerimónia da queima do madeiro, durante a noite de 24 de dezembro. O madeiro consiste numa grande fogueira que é feita no adro da igreja ou na praça/largo da freguesia, onde a população se reúne, em ambiente de convívio, depois da Missa do Galo. A queima é antecedida pelo ritual da apanha do madeiro e do seu transporte até à localidade. O madeiro continua a ser um momento alto da expressão colectiva desta região beirã.
. As Janeiras
As Janeiras são uma tradição que ainda está enraizada em algumas das freguesias do concelho. No ancestral cantar das Janeiras está contido todo o espírito popular e a criatividade. É comum a composição de pequenos grupos corais, normalmente acompanhados de instrumentos musicais que percorrem os mais variados lugares da sua freguesia, batendo às portas e entoando versos religiosos, à mistura com quadras de fino gosto popular.
. ANADIA
As tradições de Natal em Anadia vão ao encontro de muitas das tradições portuguesas, como a ceia de Natal em família, a missa do galo, a troca de presentes à meia noite, entre outras.
No dia de Natal (25 de Dezembro), é ainda tradição que as pessoas se desloquem à conhecida Feira dos 25, realizada na freguesia da Moita e que se realiza ao dia 25 de cada mês, inclusive no dia de Natal.
. ARGANIL
Nas várias aldeias do concelho de Arganil, há tradições bem vivas.
Cepo de Natal
No Natal, para além dos valores que lhe estão associados e que sentam à mesa toda a família, há uma missão que geração após geração leva os populares a reunirem-se em busca de cepos e raízes de árvores. Depois de escolhidos, são carregados até ao centro da aldeia e deixados no local onde serão depois acesos, numa fogueira, no dia 24 de dezembro. Alimentada diariamente por alguém que dela tome conta, espera-se que a mesma se mantenha acesa até ao dia de Ano Novo. Depois da consoada, reúnem-se os populares à volta da fogueira em convívio. Trazem vinho, jeropiga e aguardente, chouriço para assar na brasa, e uma panela para fazer café. Contam-se histórias, relembram-se memórias, cumprimenta-se quem é de cá mas está longe e regressa para ver os seus. Nos dias entre o Natal e o primeiro dia do ano, muitos são aqueles que por lá passam para se aquecer e passar o serão.
São momentos de união e confraternização que todos os anos são ansiados pelos habitantes e que assim mantém acesa uma das tradições das gentes da serra mais antigas desta quadra.
“Cantar os Reis”
A tradição “Cantar as Janeiras ” ou “Cantar os Reis” , leva a que vizinhos, amigos e familiares, normalmente se agrupem pelas ruas da aldeia, cantando de “porta em porta” para desejar às pessoas um próspero Ano Novo.
Habitualmente, alguns elementos tocam instrumentos tradicionais e folclóricos, como a pandeireta, os ferrinhos, o tambor, o bombo, a flauta, a viola, o cavaquinho ou mesmo o acordeão. As músicas são tradicionais, embora a letra possa variar de aldeia para aldeia.
No final do percurso, o grupo reúne-se e faz um convívio onde todos juntos comem aquilo que conseguiram, ou então, divide-se por todos e cada um segue o seu caminho. Hoje em dia, esta tradição vai sendo mantida pelos grupos folclóricos que a recriam durante os primeiros dias do primeiro mês do ano.
. CANTANHEDE
Monumental Presépio de Cortiça
No Natal, visite o Monumental Presépio de Cortiça por Samuel Machado, na Escola Conde Ferreira, em Cantanhede.
O presépio de cortiça surgiu em 2014 e ganhou vida com as primeiras casas construídas através da reciclagem de rolhas de cortiça. A cada ano que passa as construções vão aumentando e, atualmente, a instalação conta, para além do presépio, com um número significativo de estruturas distribuídas por casas, lojas, moinhos, estábulos e castelo.
Embora o material predominante seja a cortiça, a montagem do presépio conta também com musgo natural, areias, casca de pinheiro e outros materiais recolhidos na natureza. As figuras e animais que terminam a montagem deste grande presépio são também recicladas, na sua grande maioria brinquedos com os quais já não se brincava mais.
O presépio estará em exposição na Escola Conde Ferreira, até 7 de janeiro de 2024, de segunda a sexta feira, das 10h às 18h e ao fim de semana, das 14h das 20h.
. COIMBRA
Cantares ao Menino
Os Cantares ao Menino ou Cantares do Ciclo Natalício são quadros do ponto de vista etnomusicológico pouco estudados. No entanto, sabe-se que para as comunidades do século XX eram importantes, pois era através deles que se expressava a devoção à religião cristã: cânticos ao Menino Jesus no dia de Natal ou vésperas; no Dia de Reis, os Cantares dos Reis; e o Cântico das Janeiras, onde grupos de pessoas pediam aquilo que as famílias podiam dar.
Os cânticos mais conhecidos em Coimbra: “Acalento, ó infante suavíssimo”, “Pequenino estás deitado”, “Ao Menino Deus”, “Cantar ao Menino”, “Ó anjos cantai comigo”, “Na fria lapinha”, “Pastorinhos no deserto”, “Entrai pastorinhos”, “Cantar as Janeiras”, “Ó que noite tão serena”.
. COVILHÃ
Em pleno coração da Serra da Estrela, na Covilhã, as tradições são lindas. Em tempo de Natal são mágicas!
Cabrito de Natal
Só pode ir ao forno numa assadeira de barro e tem de levar alecrim no tempero para ficar com o sabor do campo. Deve ser tirada a gordura, “o bedum”, que dá um mau sabor ao cabrito, que tem de ficar em água, sal e limão de um dia para o outro. Com alho, colorau, noz moscada e vinho branco este prato não falta na mesa do Natal.
Roupa Velha
No almoço de Natal é costume fazerem a roupa velha, onde se aproveitam os restos de bacalhau, batatas e couves da consoada e se mistura tudo com azeite fervido e
alho.
Madeiro
O madeiro de Natal constitui uma forma de celebrar o natal em comunidade e partilha. Após a consoada, as famílias saem à rua, para conviverem à volta do Madeiro, a fogueira gigante que tem gente ao redor até ser dia.
Cada terra tem a sua especificidade. Mas com mais ou menos metros de altura, feita de raízes de árvores ou troncos, sejam as juntas de freguesia ou a «malta do ano» quem vai buscar a lenha, acesa antes ou após a Missa do Galo, o Madeiro é sinónimo de Natal.
Missa do Galo
A “Missa do Galo”, assim popularmente designada, assinala o nascimento de Jesus, que por tradição se comemora à meia-noite do dia 24.
Cantar as Janeiras
Para celebrar o dia de Reis, membros de associações culturais e grupos folclóricos locais percorrem as ruas, visitam casas, praças e outros locais públicos para cantar as Janeiras. Seguindo a tradição, desejam boas festas, saúde, prosperidade e felicidade para o novo ano que se inicia.
. FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO
O Município de Figueira de Castelo Rodrigo realiza anualmente o evento natalício “Terra Natal”. Um evento que traz ainda mais brilho e muitas surpresas ao centro da vila de Figueira de Castelo Rodrigo. No mês de dezembro, o Largo Mateus de Castro transforma-se no epicentro do espírito natalício, onde há iluminação, animação, diversão e atividades pensadas, essencialmente, para as crianças.
E a fogueira de Natal tem sempre um destaque especial mantendo a tradição de juntar os Figueirenses à volta da fogueira, que é acesa no dia 24 de dezembro, no Largo Serpa Pinto.
. GUARDA
MADEIRO
O tradicional Madeiro de Natal costuma arder na Praça Luís de Camões, bem no coração da cidade. O ponto de encontro de centenas de guardenses na tarde de consoada, 24 de dezembro, onde ao toque dos sinos acende-se o madeiro e brinda-se às boas festas com amigos e família. O momento é sempre acompanhado de animação musical.
Depois do Natal, no dia 26 de dezembro, a Aldeia Viçosa volta a cumprir a tradição secular do Magusto da Velha, com as castanhas a serem lançadas do cimo da torre da igreja em honra de uma benemérita da freguesia.
. SEVER DO VOUGA
Passagem de Ano
A partir da década de 30 do séc. XX e durante muitos anos foi hábito, na altura das doze badaladas, ecoarem os apitos das fábricas da freguesia de Paradela, a Fábrica de Massas Vouga e a Serração.
Atualmente, se o ano foi mau batem-se os tachos ou latas velhas para afugentar as más energias, se, pelo contrário, o ano foi positivo comemora-se com esperança que o mesmo aconteça no ano vindouro.
O Ano Novo
Nos primeiros dias do ano é frequente ouvir-se o cantar das janeiras por grupos de crianças, coletividades e grupos religiosos que percorrem as ruas, as casas e os comércios locais com o intuito de receberem recompensas pela sua prestação.
Cantavam-se, entre muitas outras, as seguintes quadras:
Quando eu aqui cheguei
Pus o pé nesta escada
Logo meu coração disse
Aqui mora gente honrada
Viva lá senhor da casa
C’um ramo de salsa ao peito
Quando passa pela rua
Todos lhe guardam respeito
Viva lá Senhor da casa
Os anos que Deus quiser
Viva também uma rosa
Que Deus lhe deu como mulher
De quem são as camisinhas
Que se deram a lavar
São do Menino Jesus
Que nasceu p’ra nos salvar
Entrai, entrai pastorinhos,
Por este portal sagrado.
Vinde adorar Deus Menino
Numas palhinhas deitado.
Para os donos da casa não se demorarem com a oferta:
Levante-se daí, senhora,
Do seu tão rico banquinho,
Venha-nos dar as Janeiros
Em louvor do Deus Menino.
Ora venha, se há-de vir
Não se esteja a demorar
É de noite, faz escuro
Temos muito que caminhar.
Em sinal de agradecimento pela dádiva recebida:
Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum santinho.
Esta vai p’rá despedida,
Passada por uma colher
Muito obrigados, senhores,
Até ao ano, se Deus quiser.
A folha da malva roxa
Chega daqui a Viseu
Ficamos agradecidos
Pela oferta que nos deu.
A folha da malva roxa
Chega daqui a Lisboa
Ficamos agradecidos
Por uma oferta tão boa.
Quando as pessoas não davam nada, logo se cantava – ou dizia em voz alta, já a fugir, não viesse o dono da casa vingar-se dos maus versos que lhe eram dirigidos:
Esta casa nada dá
Aqui mora gente má
Esta casa cheira a breu
Aqui mora algum judeu
Esta casa cheira a estrume
Aqui mora algum burro
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto
Esta casa cheira a alho
Aqui mora algum bandalho (…)
O Cortejo dos Reis Magos nas Talhadas
Trata-se de um espetáculo vivo, que se realiza há mais de 70 anos, pleno de cor e movimento, de fé e tradição, que ocorre no domingo mais próximo do dia de Reis (ou Epifania).
Os figurantes estão vestidos a rigor e existe toda uma dinâmica de encenação e teatralização, com entoação de cânticos. Este espetáculo decorre nas principais ruas de Talhadas, com várias encenações em pontos estratégicos da freguesia.
O evento termina com a missa solene e o leilão de oferendas, cujos resultados revertem a favor da Igreja Paroquial das Talhadas.
. VISEU
Rota dos Presépios de Viseu
Diversas representações da Natividade nascem em cada território do concelho de Viseu, pela criatividade e empenho da comunidade local, neste que é um desafio lançado pelo Município de Viseu, em parceria com as Juntas de Freguesia.
O objetivo é revitalizar a tradição cultural, mas também promover práticas criativas e culturais coletivas na comunidade local, fomentando a identidade do território.
+ INFORMAÇÕES
Artigo em permanente atualização.
Agradecemos todos os contributos ou sugestões: comunicacao@turismodocentro.pt