No Centro de Portugal, o vinho é o melhor pretexto para descobrir o património histórico e cultural de uma das regiões mais antigas do País.
Com um conjunto de vinhos reconhecidos e distinguidos internacionalmente, o Centro de Portugal oferece-lhe uma gama de oportunidades para degustar os néctares mais portugueses de Portugal.
Perca-se em adegas antigas, deixe-se levar por aromas frutados, e viva ao ritmo das estações num hotel de charme rural da região. Aqui, é o vinho que o guia pelos caminhos da memória do Centro de Portugal.
Quando as primeiras vinhas foram plantadas nesta região, ninguém poderia imaginar a forma como o vinho se enraizaria nas tradições e na cultura do Centro de Portugal. Aqui, onde tanto as paisagens como o clima são tão diversos, foram criadas as condições ideais para a produção de vinhos de excelente qualidade que combinam na perfeição com a gastronomia local.
Percorra a Região Vitivinícola de Lisboa
Comece a sua aventura pelo Oeste, uma das maiores regiões vinícolas do País, onde a Rota da Vinha e do Vinho do Oeste onde a variedade da paisagem e e do clima, a torna numa das mais diversificadas e produtivas regiões vitivinícolas.
Comece a explorar a região com uma visita ao Museu do Vinho de Alenquer. Aqui, para além da exposição sobre a evolução das técnicas e instrumentos relacionados com a arte de fazer vinho, pode ainda provar e adquirir a produção dos associados das Rotas dos Vinhos de Lisboa. Sugerimos que faça na mesma ocasião, uma viagem de aromas e sabores pela Rota da Vinha e do Vinho do Oeste podendo escolher um de três percursos: Circuito Quintas de Alenquer, Circuito Linhas de Torres ou Circuito de Óbidos
A Quinta do Sanguinhal, no Bombarral, é uma das paragens obrigatórias, com um programa vasto e que merece atenção: é a própria família que recebe os visitantes, dando a conhecer a história de mais de um século a vinificar, seguindo-se visitas, não só às vinhas, mas também aos jardins do século XIX, às destilarias da mesma época, com passagem por caves de envelhecimento – das mais antigas da região de Lisboa – e visita a um dos maiores e mais antigos lagares da Península Ibérica. Termine com uma prova exclusiva de seis vinhos da quinta.
Não deixe de provar a famosa aguardente da Lourinhã. O solo da Lourinhã esconde segredos bem guardados, como os vestígios da era dos dinossauros ou as uvas que dão origem à única aguardente vínica portuguesa classificada como região demarcada exclusiva. Constitui a primeira e única região demarcada do país somente para a produção de Aguardentes Vínicas, sendo uma das três regiões no espaço europeu, em posição de igualdade com as célebres aguardentes francesas – Cognac e Armagnac. Saiba mais sobre a sua história com uma visita à Adega Cooperativa da Lourinhã.
Conheça a Região Vitivinícola da Bairrada
Ir à Região da Bairrada, e não experimentar um dos muitos espumantes de qualidade que por aqui são produzidos é algo quase tão inconcebível como não provar o célebre leitão assado, imagem de marca da região. Os aromáticos vinhos brancos são também alguns dos mais afamados de Portugal. Visite a adega Campolargo e deguste aquele que já foi distinguido como o melhor vinho branco do mundo.
Para descobrir a região, pode optar por um dos cinco percursos propostos pela Rota da Bairrada.
Mas seja qual for o caminho escolhido, não deixe de visitar o Museu do Vinho da Bairrada, em Anadia. Já agora, aproveite para, ali bem perto, em Sangalhos, visitar o Aliança Underground Museum, o primeiro museu subterrâneo em Portugal a combinar arte com vinho. O Espaço Bairrada da Curia, a funcionar na antiga estação de comboios da estância termal com o mesmo nome, pede também uma passagem, já que mantém intacta a traça original, incluindo as antigas salas de espera e os respetivos bancos de madeira.
Depois de tanto passeio, propomos-lhe que relaxe na Quinta Vale do Cruz, uma unidade de enoturismo que conjuga alojamento com visitas guiadas, prova de vinhos, vindimas e até um museu.
Na região vitivinícola da Bairrada, de entre as castas mais comuns destaca-se a Baga, uma casta tinta presente nesta região e que ocupa um lugar de destaque. Em solos argilosos e com boa exposição solar, a Baga consegue amadurecer e produzir vinhos muito escuros, concentrados em relação ao aroma e que podem envelhecer em garrafa durante muitos anos. Tem ainda outras castas magníficas, como Castelão, Alfrocheiro, Tinta Pinheira e Touriga Nacional. Os vinhos brancos pontuam igualmente, com frescura e aroma frutado e reflexos esverdeados. As castas mais frequentes são a Arinto, Fernão Pires, Bical, Cercial e Rabo de Ovelha.
Descubra a Região Vitivinícola do Dão
Nas terras do Dão, encontra outra das regiões vitivinícolas mais importantes do país: a do Dão. Alguns dos seus melhores vinhos são reconhecidos internacionalmente, havendo até quem lhe chame a Borgonha portuguesa, por se identificarem semelhanças com os famosos vinhos daquela região francesa. Para que possa explorar a região como ela merece – com tempo para degustações e passeios sem pressa – sugerimos-lhe um dos cinco roteiros organizados pela Rota dos Vinhos do Dão, todos com diversas propostas de adegas para visitar com provas de vinho e petiscos à mistura nos concelhos de Viseu, Mangualde, Nelas, Tondela, Sátão, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, Mortágua, Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Arganil, Tábua, Gouveia, Seia, Oliveira do Hospital ou Carregal do Sal. Pelo meio, garanta que não deixa a região sem visitar o Solar do Vinho do Dão, em Viseu.
Se preferir pernoitar no local onde faz a prova, reserve um quarto na Casa da Ínsua, em Penalva do Castelo. Este solar em estilo barroco, construído no séc. XVIII e convertido em hotel de charme, mantém uma tradição vitivinícola que remonta ao séc. XIX e é hoje uma das unidades de enoturismo mais importantes da região. Além de provas de vinhos, pode passear pelos trilhos da quinta, participar na ordenha logo pela manhã, fazer queijo e compotas e até, quando é altura, vindimar e pisar as uvas no lagar. Também a Quinta da Taboadella, onde se avista o sopé da Serra da Estrela, é um cenário prefeito para uma experiencia de enoturismo que transporta o visitante pela história de uma quinta ligada ao vinho há mais de 15 séculos. Um lagar construído no penedo monolítico de natureza rupestre, um dos mais antigos vestígios de vinificação no Dão, contrasta com a adega de arquitetura contemporânea construída com materiais naturais, com uma varanda de onde se avistam os 40 hectares desta mancha de vinha única rodeada por uma imensa floresta. Opte por uma prova de vinhos oriundos deste terroir único e ancestral, aproveite degustar as deliciosas seleções de queijos e enchidos da Serra da Estrela.
A Região Demarcada do Dão foi a segunda a ser instituída em Portugal, encontrando-se rodeada pelas serras do Caramulo, Buçaco, Nave e Estrela. É esta condição única que lhe confere um clima temperado e protegido de massas húmidas ou ventos agrestes continentais, com a maior parte das vinhas a serem plantadas em solos graníticos com afloramentos xistosos. Como resultado, obtêm-se vinhos tintos complexos e estruturados e brancos frescos. Nos tintos, a casta emblemática da região é a Touriga Nacional, mas são também de realçar a Alfrocheiro, Jaen e a Tinta Roriz. Nos brancos destacam-se as castas Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina, Rabo de Ovelha ou Verdelho.
Viaje pela Região Vitivinícola da Beira Interior
Na Beira Interior, as vinhas brotam dos solos graníticos num clima agreste e robusto. A paisagem imponente das Serras da Estrela, Malcata e Marofa oferece as condições ideais para a produção de vinhos brancos frescos e vinhos tintos com aromas de especiarias e frutos silvestres.
Comece por percorrer as aldeias históricas da região, passe por Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Marialva e Sortelha. Ali perto, já no concelho Belmonte, visite as caves da Quinta dos Termos e participe numa degustação dos vinhos ali produzidos, apreciando a envolvente da quinta, composta não só por vinhas, mas também por terras de cultivo de centeio e casas de quinteiro.
E, já que está nesta região, pode aproveitar para visitar o Solar do Vinho da Beira Interior, um museu num edifício magnífico, situado na histórica cidade da Guarda, simultaneamente, a sede da Rota do Vinho da Beira Interior, um welcome center para os amantes do enoturismo, onde pode conhecer os vinhos, mas também a região.
Vá até Figueira de Castelo Rodrigo e aproveite para fazer provas de vinho na Adega Coorperativa de Castelo Rodrigo. Um excelente local de provas, onde pode conhecer o vinho Pinking, uma categoria de vinho “única no mundo”, que teve origem num trabalho de investigação de mestrado em Enologia. Aproveite ainda para conhecer a Adega 23, situada em Vila Velha do Ródão, no extremo sul da Beira, entre a Gardunha e o Rio Tejo. Da varanda, avista-se a Serra de Mamede. Aqui, confirme a perfeita harmonização entre contemporaneidade e tradição, e aproveite ainda para fazer provas de vinhos, piqueniques e workshops de iniciação à prova de vinhos.
Na região da Beira Interior, os vinhos são fortemente marcados pela altitude que os envolve – os 16 mil hectares de vinha são rodeados pelas Serras da Estrela, Marofa e Malcata – mas também pelos solos graníticos ou xistosos e ainda pelas grandes oscilações de clima, entre invernos gélidos e rigorosos e verões curtos e muito secos. Se a isto juntarmos a experiência destas gentes, que sabe vinificar desde o tempo dos romanos, temos o enredo perfeito para o fabrico de vinhos memoráveis, ideais para acompanhar um cabrito assado em Castelo Branco ou uma dobrada à moda da Covilhã, entre muitas outras iguarias.
Para a frescura que caracteriza toda a produção vinícola, muito contribuem as castas mais comuns da região, como sejam a Rufete, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz nas tintas, enquanto nas castas brancas pontuam a Síria, Fonte Cal, Malvasia e Arinto. Quando programar uma viagem até à Beira Interior para provar alguns destes néctares, não se esqueça de os casar com o que é devido, como o cabrito assado.
Caminhe pela Região Vitivinícola do Tejo
Continuando pelo centro de Portugal, o que não nos falta é bom vinho para brindar. E tudo nos pode servir de pretexto, assim haja imaginação e alegria, que é algo que caracteriza quem, na região do Médio Tejo e Lezíria do Tejo, se dedica a produzir vinho. Numa área delimitada pela serra de Aires e Candeeiros encontramos outra região vitivinícola que recebe o nome do rio que a percorre e a cujos vinhos vale a pena prestar atenção: a Região Vitivinícola do Tejo.
A Quinta Casal da Coelheira, em Abrantes, surgiu na primeira metade do séc. XX, na forma de um ambicioso projeto, que é nos dias de hoje uma paixão familiar de três gerações, que cresce nas margens do rio Tejo, junto à Vila de Tramagal, e que se estende por uma área com cerca de 250 hectares. Estenda a sua visita à região e aproveite para pernoitar no Solar dos Loendros, uma quinta com experiências de Enoturismo.
Sugerimos ainda uma visita à Quinta S. João Baptista, em Torres Novas, uma casa do século XIX rodeada por jardins e próxima da Reserva Natural do Paúl de Boquilobo. Os seus vinhedos estendem-se por 110 hectares de solos calcários.
A arte de fazer vinho nesta região é intemporal, mas sabe-se que o apogeu do comércio destes vinhos aconteceu no século XIII, sendo que, por volta de 1250, se exportavam cerca de 30 mil pipas para Inglaterra. Hoje, a região volta a conhecer um novo dinamismo, através dos seus tintos, brancos e frisantes.
Descubra a magia e o encanto da época das vindimas!
É a altura perfeita para viver experiências únicas que despertam todos os nossos sentidos: o aroma e o sabor do vinho, o pisar das uvas amadurecidas, o som do trabalho da apanha, a vista das vinhas sob o sol do outono.
Faça parte de atividades divertidas que ficarão para sempre na sua memória. Visite adegas e quintas vinícolas, ajude a colher as uvas. Aprenda tudo sobre os processos de vinificação desde o cultivo até à produção.
Conhecer os paladares do Centro de Portugal é também conhecer a sua história, cultura e tradições. As cidades patrimoniais e aldeias históricas da região, oferecem-lhe oportunidades infindáveis para descobrir palácios, castelos, galerias e museus fascinantes.
Comissões Vitivinícolas Regionais do Centro
As Comissões Vitivinícolas Regionais (CVR) são entidades que representam os interesses dos agentes económicos envolvidos na produção e comercialização dos vinhos (ou outros produtos vínicos) que possuem a Denominação de Origem (DO), Denominação de Origem Controlada (DOC) ou a Indicação Geográfica (IG).
. Comissão Vitivinícola Regional da Bairrada (CVRB)
www.cvbairrada.pt
Facebook CVRBI
. Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI)
www.cvrbi.pt
https://www.facebook.com/CVRDAO
https://www.instagram.com/beirainteriorwines/?hl=pt
. Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR Dão)
www.cvrdao.pt
www.facebook.com/CVRDAO
https://www.instagram.com/daowines
https://www.youtube.com/user/MarketingCVRDao
. Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CRVLisboa)
www.vinhosdelisboa.com
www.facebook.com/oficialvinhosdelisboa
. Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo)
www.cvrtejo.pt
www.facebook.com/Vinhosdotejo.Tejowines
www.instagram.com/vinhosdo_tejo
Enoturismo Book Wine Tourism
Aceda ao Enoturismo Book Wine Tourism e descubra como o Enoturismo desempenha um papel importante na economia portuguesa e é uma forma ímpar de promover a cultura, tradição e identidade nacional.
Cada região vitivinícola do Centro de Portugal tem portanto as suas próprias características, oferecendo aos amantes do vinho uma experiência única e inesquecível.
Desde vinhos elegantes e complexos, frutados e intensos, brancos ou tintos, ao espumante fresco e vibrante, há tanto para explorar e desfrutar nas 5 regiões vitivinícolas do Centro de Portugal. Venha daí!
Artigo em constante atualização.
(Comentários e contributos: comunicacao@turismodocentro.pt)