Conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques no século XII, o Castelo ou Fortaleza de Abrantes desempenhou um importantíssimo papel estratégico na defesa da Linha do Tejo no período da Reconquista e expansão do jovem Reino de Portugal, confiado aos Templários. Além de albergar o panteão da família Almeida e o Museu D. Lopo de Almeida, a beleza que impõe sobre Abrantes e o vale do Tejo não deixa ninguém indiferente. O que também não passa despercebido a ninguém são iguarias como a Tigelada e a Palha de Abrantes, ambas com origem marcada nos conventos femininos da cidade.

Castelo de Abrantes

Seguimos o curso do Tejo pela N3 e, ora atravessando campos e prados verdejantes, ora cruzando povoações tipicamente ribatejanas, entramos em Constância. A primeira paragem, sobretudo se viajar com crianças ou jovens, é o Parque de Astronomia – Centro de Ciência Viva de Constância. Espere encontrar um observatório e planetários, uma representação do Sistema Solar, um carrossel representando o Sol, a Terra e a Lua, um globo terrestre, uma esfera celeste e um relógio de sol analemático. A posição do Centro no Alto de Santa Bárbara garante uma vista panorâmica impressionante, sendo um lugar ótimo para a observação do céu noturno, uma vez que está resguardado da típica poluição luminosa.

Mas Constância é sobretudo uma terra de encontros. E indo ao encontro da memória de um dos maiores vultos da nossa Língua e da nossa Cultura acercamo-nos do Tejo e reencontramos, também, o Zêzere. Voltado para este rio está eternizado Luiz Vaz de Camões, que aqui terá vivido afastado da corte, num monumento assinado pelo mestre Lagoa Henriques. Ao lado, o Jardim-Horto de Camões, desenhado por Gonçalo Ribeiro Teles, reúne as 52 espécies de plantas referidas pelo poeta na sua obra, entre outros espaços relacionados com os Descobrimentos.

Desta varanda contemplamos o prolongamento do Zêzere no Tejo. E é do primeiro que se fala no Fluviário de Constância & Vila Nova da Barquinha – Foz do Zêzere. Constituído por 16 tanques, é totalmente dedicado às espécies autóctones e exóticas da zona da Foz do Zêzere, com informação científica sobre a fauna aquática e muitas curiosidades para descobrir.

No entanto, o fim do Zêzere pode ser também o início de um incrível percurso – a Grande Rota do Zêzere – que promete levar todos os corajosos até à nascente, no coração da Serra da Estrela.

Castelo de Almourol

Continue connosco pela N3 e siga caminho até um dos monumentos mais emblemáticos da região: o Castelo de Almourol. É numa pequena ilha abraçada pelo Tejo que admiramos esta relíquia da Reconquista e da presença dos Templários. Se ainda não estiver com a câmara pronta a disparar, não se preocupe: qualquer hora é boa para enquadrar o castelo e a paisagem. A viagem segue para o centro de Vila Nova da Barquinha, onde a pausa é mais do que merecida no Barquinha Parque, que aloja o Parque de Escultura Contemporânea. Se aí decidir fazer uma pequena caminhada, encontre algumas obras dos nomes mais representativos da escultura portuguesa, da década de 60 à atualidade.

Chegou a hora de nos despedirmos do Tejo e de retomarmos o nosso próprio caminho. De volta à N3, chegará em poucos minutos ao Entroncamento e à próxima etapa desta viagem pelo Médio Tejo.