É nas águas mansas do Zêzere que contemplamos o reflexo de Dornes e da sua Torre, em plena Albufeira de Castelo do Bode. Estamos a bordo de um abrangel – ou barco de três tábuas – uma embarcação de rio feita em pinho no único estaleiro do género do país. Já em terra, suba até ao centro da vila para admirar a singularidade da Torre Pentagonal templária, mandada construir por Gualdim Pais, de quem falaremos mais à frente nesta viagem. Despedimo-nos de Dornes num dos miradouros da estrada que nos leva à N238 e aproveitamos para fotografar o postal já icónico desta encantadora península do Zêzere.

Torre Pentagonal de Dornes

Atravessando o rio em direção à Sertã, dirija-se até à Praia Fluvial do Trízio , ainda na Albufeira, onde encontrará um centro de atividades náuticas com praia, marina, parque de campismo, restaurante e bar, na confluência das ribeiras da Sertã e da Isna. Aqui o wakeboard é rei, tendo acolhido as provas do campeonato nacional em anos recentes. O cablepark do Trízio é apenas um dos vários existentes na Albufeira e uma aposta ganha no que à adrenalina e diversão dizem respeito.

Wakeboard em Castelo do Bode

Lançado em 2015, o projeto Wakeboard Portugal tem vindo a colocar o país no mapa dos maiores circuitos da modalidade a nível mundial. E é precisamente na Albufeira de Castelo do Bode que foi instalada a primeira estância de wakeboard do mundo, numa extensão de 30 quilómetros, com cinco localizações distintas, entre os concelhos de Abrantes, Ferreira do Zêzere, Sertã, Tomar e Vila de Rei. Falamos da Aldeia do Mato, do Lago Azul, de Trízio, de Montes e de Fernandaires.

Se nunca praticou, saiba que o participante é puxado por um barco através de um cabo, tendo apenas que aproveitar as ondas geradas pela embarcação para se divertir e fazer uma ou outra acrobacia. E não cair. Para isso, precisa apenas de uma prancha (parecida com a de snowboard), um cabo e um barco, claro está. Os mais arrojados ou experientes podem dar largas à imaginação (e à habilidade) para deliciar a vista de quem assiste com os pés assentes em terra.

Se a água for uma paixão, não deixe de mergulhar nas águas do Lago Azul, em Ferreira de Zêzere, onde a diversão invade as águas calmas durante o verão. Já a vista a partir daqui deslumbra o ano inteiro.

A viagem conduz-nos até Vila de Rei. No final da estrada, bem no topo, está assinalado o Centro Geodésico de Portugal Continental. Mesmo ao lado, encontra um miradouro merecedor de uma sessão fotográfica e, do outro, o Museu da Geodesia, que conta a história e exibe alguns dos instrumentos associados à medição geodésica. Retome a N2 e siga pelo caminho que assinala “Água Formosa”. A apenas dez quilómetros do Centro Geodésico, é numa encosta soalheira, entre a Ribeira da Corga e a Ribeira da Galega, que a Aldeia de Xisto de Água Formosa nos brinda com o seu encanto, num cenário idílico de onde não apetece sair. Se estiver em família, arrisque num pequeno desvio que o levará até à Praia Fluvial do Penedo Furado e aos seus passadiços, que muitos turistas atraem. Neste espaço polivalente, aproveite as mais diversas atividades de lazer e recreio e contemple um cenário natural único.

Aldeia de Água Formosa

Se a fome apertar, pare mais à frente no Sardoal (a caminho de Abrantes) e experimente os sabores da cozinha fervida, acompanhada por vinhos produzidos no concelho. Se quiser provar os famosos peixes de rio de Mação, sente-se à mesa e peça lampreia, sável, achigã ou enguias. Mas desengane-se se pensa que aqui só há peixe. Também se encontram bons queijos, enchidos e até cabrito.

De barriga cheia, rumamos agora a uma fortaleza que impressiona tanto quanto a vista sobre o Tejo a partir das suas muralhas: o Castelo de Abrantes.