A uns meros cinco minutos de viagem, encontra um paraíso para as camadas mais novas da família. O Parque dos Monges é uma aposta ganha logo à partida por proporcionar uma incrível viagem no tempo. Este parque temático tem zonas dedicadas ao ambiente, aos animais, à aventura, muita animação e até tem alojamento.

Aqui, as crianças podem recriar a vida na antiga Ordem de Cister, fazer doces no Museu dos Doces Conventuais, viver numa aldeia medieval, privar com animais e até descobrir espécies exóticas e autóctones no Jardim Bíblico. Tudo isto acompanhado por espetáculos e atividades radicais como a escalada, o slide e a canoagem.

Agora tem uma decisão a tomar. Ou não. Pode sempre querer o melhor de dois mundos. Sabendo que o próximo ponto de paragem obrigatória é Óbidos, são possíveis dois caminhos. O primeiro faz da EN 8 casa até às Caldas da Rainha para descobrir a Rota Bordaliana, que celebra e eterniza a memória de uma das mais extraordinárias personalidades do panorama artístico português da segunda metade do século XIX. Falamos de Rafael Bordalo Pinheiro: caricaturista, ilustrador, jornalista e figura do setor industrial, foi expressando nas suas caricaturas mordazes o seu notável humor. As 20 peças de cerâmica à escala humana que fazem parte desta rota incluem figuras tão icónicas como o Zé Povinho, de 1895, e as andorinhas, de 1896, que se viriam a transformar num verdadeiro símbolo português. A forma mais fácil de não deixar escapar nada é rumar ao posto de turismo das Caldas da Rainha e partir à descoberta do centro da cidade de mapa em punho, já que existe um mapa com todas as peças assinala- das nos respetivos locais.

O segundo caminho é ideal para (aspirantes a) surfistas e amantes do sol e da praia. Agarre na prancha, na toalha e no protetor solar e siga o cheiro a maresia. São Martinho do Porto é conhecido por ser amigo das famílias com crianças, com diversão dentro e fora de água e alguns quilómetros de passadiços para tirar o pó das sapatilhas. Mais a sul, a Foz do Arelho, na confluência da Lagoa de Óbidos com o Atlântico. Aqui há, literalmente, água para todos os gostos. De um lado, a lagoa, com uma beleza inigualável e perfeita tanto para crianças como para amantes de windsurf, graças às suas águas calmas. Do outro, a praia aberta ao mar. Com poucas correntes, oferece condições ideais para a prática do surf. Se ainda tiver algum tempo livre, procure a Aldeia da Lapinha, de onde a vista sobre a Lagoa de Óbidos é ainda mais idílica, sobretudo se acompanhada pelo nevoeiro das primeiras horas da manhã.

Pelo caminho, reponha as energias com uma boa Pêra Rocha do Oeste. De Origem Protegida, esta variedade de pêra é conhecida pela sua cor branca e por ser macia e perfumada. Os solos de onde brotam são metodicamente escolhidos e o fruto é colhido na segunda quinzena de agosto.

Castelo de Óbidos

Seja qual for a opção, o Castelo e as muralhas de Óbidos conseguem ver-se bem lá no alto, à nossa espera. Mais uma vez, esta é uma paragem onde o carro não nos é útil. Pelo contrário, até é proibido dentro da vila muralhada. Passear pelas ruelas labirínticas de Óbidos é caminhar pela história, entre recantos e jardins da zona da antiga Medina e testemunhos do gótico, passando pelo renascimento e pelo barroco. Construída ao longo dos séculos, a vila é uma autêntica obra de arte. Quando associamos esta herança histórica à dinâmica cultural de hoje, é fácil compreender a classificação de Óbidos como Cidade Literária da UNESCO. Não estranhe, por isso, se encontrar diversas referências literárias ao longo do seu passeio, incluindo uma livraria que ocupa o lugar de uma antiga igreja, mesmo junto ao Castelo.

Perca-se pelas ruelas e pelos recantos mágicos da vila, num constante sobe e desce que o levará ao ponto alto, o Castelo de Óbidos. Com origem romana, foi sofrendo alterações e amplições significativas ao longo dos tempos: D. Sancho I ordena a construção da Torre Albarrã, D. Dinis aumenta para dois o número de torres e é D. Fernando quem manda edificar a última torre, dando ao castelo a sua traça atual. Escolher as horas mais tardias do dia para a visita não é uma má opção. E já que aqui está, suba a muralha e descubra Óbidos a alguns metros de altitude. Pelo caminho prove uma ginja de Óbidos, servida em copo de chocolate, e descubra os muitos museus que a vila tem para oferecer, como é o caso do Museu Municipal, da Galeria Novaogiva, dedicada à arte contemporânea, e do Museu Abílio de Mattos e Silva, uma antiga cadeia.