Entre os passeios junto à praia e os banhos de sol e de mar, percorra as ruas da cidade e descubra as obras de Arte Urbana de artistas nacionais como Add Fuel, Mário Belém, Daniel Eime ou Kruella d’Enfer. Se preferir, explore os espaços museológicos e patrimoniais da cidade ou assista a um dos muitos eventos e atividades que o Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz oferece. Mas não parta da Figueira sem antes levar uma boa quantidade de sal produzido localmente e conhecer toda a história deste importante recurso para o concelho, no Núcleo Museológico do Sal. Localizado em Lavos, este complexo inclui, entre muitas outras coisas, um centro interpretativo, um armazém de sal, uma rota pedestre pelas salinas, uma rota fluvial e ainda um observatório de aves.
É tempo agora de nos fazermos à estrada. Durante cerca de meia hora dividimos a nossa viagem entre a EN 109 e a EN 111, com destino definido no Castelo de Montemor-o-Velho. Apesar de existirem referências à sua existência já na Alta Idade Média, o que ainda é visitável data do século XIV. Deixe-se surpreender pelo interior das muralhas e encontre vestígios do antigo Paço Medieval – onde terá sido decidida a morte de D. Inês de Castro – e a Igreja de Santa Maria da Alcáçova, de 1095. O castelo fica numa zona mais alta, onde os carros já não chegam, por isso, estacione-o e faça uso das escadas rolantes para chegar ao topo. Sim, leu bem. Existem escadas rolantes para ajudar os habitantes locais e visitantes na subida ao castelo. Um conselho: faça coincidir a sua visita com o Festival Forte, que acontece normalmente no final de agosto, e terá a oportunidade de assistir a um inovador festival de música eletrónica e de artes cénicas e visuais.
E já que vamos passar algum tempo dentro do carro até chegarmos ao Luso, pare em Tentúgal para provar o famoso Pastel de Tentúgal. Nascido no Convento de Nossa Senhora do Carmo, a receita passou das mãos de uma auxiliar do convento para a Dona Conceição Faria, que se dedicou a comercializar os então conhecidos “Palitos Folhados”, por volta de 1890. Estaladiços e de massa fina, os Pastéis de Tentúgal são uma perdição com recheio de ovos.
Mas não ceda à tentação de engolir uma caixa inteira do doce conventual, porque ainda vamos passar pela Mealhada e, para os mais distraídos, Mealhada rima com Bairrada (e com deliciosas iguarias, mas já lá vamos). Delimitada a sul pelo rio Mondego, a norte pelo rio Vouga, a oeste pelo Oceano Atlântico e a este pelas serras do Buçaco e Caramulo, a Região Demarcada da Bairrada reúne características geográficas e naturais únicas para produção vitivinícola, para além de guardar um saber fazer que remonta à época romana. Repare nas muitas vinhas que compõem a paisagem, particularmente da Mealhada e de Cantanhede. O ideal será mesmo parar e apreciar os vinhos produzidos com castas autócnes como a baga, que dá origem a tintos, rosados e espumantes de personalidade forte. Esta experiência pode tornar-se ainda mais especial se a aliar à gastronomia da região. Não deixe por isso de provar o famoso Leitão da Bairrada, estaladiço e acabado de sair do forno. Servido no prato ou dentro do ótimo pão que aqui se faz, pode também aventurar-se numa feijoada ou cabidela confecionada com esta carne suculenta.
Agora sim, de barriga (e alma) cheia continuamos a nossa viagem em direção ao Luso. Neste momento tem duas opções: ou faz uma caminhada e respira o ar puro do Buçaco, ou relaxa e aproveita para carregar baterias mergulhando em águas termais.
Se optar pela primeira, não lhe faltarão opções na Mata Nacional do Buçaco, assim que conseguir selecionar uma das suas onze portas para entrar nesta floresta encantada. Refúgio de monges e reis, a Mata do Buçaco deslumbra pela sua verdura e pela variedade de espécies botânicas que guarda. Recorde a batalha que opôs as tropas anglo-lusas, comandadas pelo Visconde Wellington, e as tropas ofensivas francesas. E se quiser saber mais sobre a história da terceira invasão francesa, sugerimos que visite o Centro Interpretativo ”Mortágua na Batalha do Buçaco”, em Mortágua. Aqui poderá conhecer a história das invasões, as táticas e armamento militar utilizados, bem como o impacto deste acontecimento no território e nas gentes que fizeram frente às investidas napoleónicas.
Se, por outro lado, preferir um bom momento de descanso, sugerimos que relaxe nas Termas do Luso. Além dos rituais de Spa clássicos, poderá explorar os benefícios terapêuticos da água termal, conhecida pelos seus efeitos na reabilitação ortopédica, neurológica e reumatológica. À piscina termal junta-se um duche Vichy, banhos de calor e até eletro e termoterapia. Os programas de curta duração incluem opções para meio dia ou dia inteiro. Mas vá por nós: o melhor é aproveitar ambas as possibilidades antes de voltar à estrada.