Com paragem marcada em Leiria, atrasamos a chegada para visitar o Moinho do Papel, A menos de um quilómetro do centro da cidade. Reabilitado pelo Arquiteto Siza Vieira, é um ex-líbris da indústria Leiriense. A sua história remonta a 1411, o que o torna um dos primeiros moinhos de papel da Península Ibérica, numa época em que a indústria da moagem era determinante para o desenvolvimento económico da região. É nas margens do rio Lis que este Moinho nos surpreende pelos antigos rodízios e pelas grandes azenhas. No interior vivencia-se todo o processo tradicional de produção de papel, onde todos são convidados a participar, e de moagem de cereais, protagonizada pelo Moleiro. Esta é, também, uma boa oportunidade para levar consigo alguma da farinha aqui produzida de forma artesanal.

Leiria

Entretanto, o Castelo de Leiria faz-se anunciar bem lá do alto. Deixamos o carro para trás e iniciamos esta viagem no Museu de Leiria. Instalado no Convento de Santo Agostinho, construído originalmente no séc. XVI, este museu é uma verdadeira porta de entrada para o território, já que reúne o acervo do antigo museu, as coleções artísticas municipais e a reserva arqueológica. Os dois espaços expositivos acolhem uma exposição permanente, onde poderá conhecer a história da cidade, e outra temporária, na qual se aprofundam temáticas e coleções específicas. Depositando nas nossas pernas toda a fé e confiança, não tardamos a encontrar a Sé de Leiria. Construída em 1550, a primeira obra renascentista na cidade surpreende pelo interior maneirista e barroco e pela sua imponência. Caso necessite de alguma ajuda para se situar, saiba que mesmo em frente à Sé existe um grande mapa da cidade com os pontos importantes assinalados.

Continuamos o caminho em direção ao Castelo e assim que passamos a antiga cerca medieval – por um pórtico revestido de heras – encontramos um dos ex-líbris da cidade, o M|I|M|O – Museu da Imagem em Movimento. A construção moderna contrasta com a do pequeno bairro histórico onde está inserido e isso significa que é muito difícil não encontrar este museu. Inaugurado em 1996 para celebrar o centenário do Cinema em Portugal, este espaço acolhe exposições temporárias, um laboratório de imagem e de conservação e restauro, uma câmara escura, um arquivo fílmico e ainda o Centro de Documentação e Informação Artur Avelar.

Ao fim de alguns metros, surge finalmente o Castelo de Leiria, conquistado aos mouros em 1135 por D. Afonso Henriques. Os vestígios mostram, ainda, as diversas funções correspondentes às várias fases de ocupação: a função militar da Torre de Menagem; a civil dos Paços Novos; passando pela religiosa da Igreja de Nossa Senhora da Pena. Do topo do morro, onde mora o Castelo, a vista sobre a cidade e sobre o rio Lis merece todo o tempo disponível para um momento de contemplação.