Convidamo-lo primeiro a uma visita pelo Centro Histórico desta vila com vista para a Serra da Estrela, o rio Zêzere e a Cova da Beira. Mesmo em frente ao Castelo de Belmonte, do outro lado da praça, a Igreja de Santiago, que assinala a passagem de um dos caminhos portugueses até Compostela, também conhecida por albergar o Panteão dos Cabrais, família cuja história está intimamente ligada a Belmonte.

Daqui pode seguir a Rota dos Museus, que o levará a muitos locais imperdíveis. O primeiro evoca a memória da comunidade sefardita que se confunde com a história de Belmonte e a cultura da região: o Museu Judaico e a própria Sinagoga, também visitável.

Continue pela Rua Pedro Álvares Cabral, onde encontrará dois outros museus de visita obrigatória, especialmente se viajar com crianças: o Museu dos Descobrimentos, dedicado à chegada dos portugueses ao Brasil e a todo o processo de colonização; e o Ecomuseu do Zêzere, um polo interpretativo do ciclo deste rio transformador de paisagens e comunidades. Este é um ótimo ponto de partida para se aventurar pela Grande Rota que lhe é dedicada. Termine a visita a Belmonte no Lagar-Museu do Azeite e descubra os processos e maquinaria utilizados na produção deste importante produto da região.

Belmonte

Por falar nisso, se a fome apertar, faça de Belmonte o cenário perfeito para conhecer e provar os sabores locais, que vão do mel à castanha, passando por licores, biscoitos, cervejas artesanais e vinhos aqui produzidos, já para não falar dos produtos kosher – produtos locais feitos de acordo com as regras judaicas. Se estiver calor, pode despedir-se desta aldeia na convidativa praia fluvial de Belmonte. Saiba ainda que Belmonte é sede das Aldeias Históricas de Portugal.

Mas não podemos seguir viagem sem sugerir dois desvios: a Aldeia de Sortelha e a Serra da Malcata, esta última um dos últimos refúgios de muitas espécies endémicas, como o lince-ibérico (lynx pardinus). Um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza e do BTT.

Regressados à estrada, continuamos em direção à Serra da Estrela. Na cidade da Covilhã, vale a pena visitar o Museu de Lanifícios, criado com a finalidade de preservar e recuperar a área das tinturarias da Real Fábrica de Panos, uma manufactura de Estado, fundada pelo Marquês de Pombal em 1764. 

Torna-se igualmente obrigatória uma paragem em Peraboa. O motivo é óbvio: o Museu do Queijo.
É neste museu dedicado a um dos mais conhecidos e saborosos tesouros de toda a região que poderá saber mais sobre o seu processo de produção, desde a prática milenar da transumância à respetiva certificação, passando pela vida do pastor e pela importância fundamental da ovelha de raça bordaleira. E sim, há prova de queijos, mas guarde algum espaço no estômago já que, a caminho da Covilhã, faremos uma breve visita ao Fundão para provar e levar outra especialidade irresistível: a cereja. É no Fundão que se produzem as melhores do país e, para muitos, do mundo. Arrisque nos bombons e nos pastéis de cereja. A poucos minutos do Fundão, pode ainda visitar a Aldeia Histórica de Castelo Novo na Serra da Gardunha e, para os mais novos, o Parque do Convento, com espaços dedicados ao arvorismo, BTT e outros desportos radicais.