A Universidade de Coimbra, com os seus mais de 730 anos de história, é uma referência na tradição académica em Portugal.
A relação entre a universidade e os seus estudantes vai muito além das salas de aula e dos livros. Um dos aspetos mais marcantes desta ligação é a tradição das tertúlias nos cafés da cidade.
Os cafés de Coimbra, como o emblemático Café Santa Cruz, são espaços onde os estudantes se reúnem para discutir ideias, partilhar conhecimentos e fortalecer laços de amizade. Estas tertúlias são momentos de convívio e reflexão, onde se debatem temas académicos, culturais e sociais, contribuindo para a formação integral dos estudantes.
A atmosfera única destes encontros, muitas vezes acompanhada pelo som do Fado de Coimbra, cria um ambiente propício à troca de experiências e ao desenvolvimento de um espírito crítico e colaborativo. Assim, a tradição das tertúlias nos cafés é uma parte essencial da vida estudantil em Coimbra, enriquecendo a experiência universitária e perpetuando a herança cultural da cidade.
Tal como a Universidade de Coimbra, o Café Santa Cruz é um símbolo da cidade de Coimbra. Localizado na Praça 8 de Maio, em plena Baixa, este café não é apenas um local para desfrutar de uma boa bebida, mas também um espaço de grande valor histórico e arquitetónico, onde se realizam eventos culturais, como as Noites de Fado.
. COIMBRA
Café Santa Cruz
O café Santa Cruz ocupa o espaço da antiga Igreja de São João de Santa Cruz, adjacente ao Mosteiro de Santa Cruz. Começou a funcionar como café e restaurante em 1923 e é o único Café em Coimbra que integra a Rota dos Cafés com História em Portugal preservando ainda a arquitetura original da antiga igreja – com nave de planta retangular – a antiga capela-mor e a abóbada de nervuras original.
A decoração interior, que combina mobiliário antigo em madeira, couro e mármore, confere ao café um ambiente único e um charme muito especial que o tornam atrativo para os turistas e para a realização de eventos culturais. Eram seus frequentadores assíduos algumas figuras proeminentes da cidade de Coimbra.
Fundação: 1923
Praça 8 de Maio, Coimbra
Tel.: 239 833 617
Das 08h à 24h (domingo, até às 20h). Não encerra
A Brasileira
A Brasileira abriu em Coimbra no ano de 1921. Albano da Rocha Pato e José Carlos de Vasconcelos, Alberto Vilaça, Paulo Quintela, Vitorino Nemésio, Abílio Hernandez e Miguel Torga foram alguns dos frequentadores deste espaço. Era também um espaço que os artistas e os poetas, ansiosos por mostrar o seu “talento e criatividade”, frequentavam. José Maria Cabral Antunes (1916-1986), Vasco Berardo (1933-2017) e Cunha Rocha (1932-2016) são alguns nomes que por lá passaram. Era também um espaço de tertúlia de convívio e de formação intelectual e política.
Fundação: 1921
Rua Ferreira Borges, 124
3000-337 Coimbra
Café Central
Abriu em 1927 e marcou fortemente os anos de 1940 a 1950 devido ao seu salão de chá e pelos pastéis “confecionados em fábrica própria”. Diz a história que alguns intelectuais, de Coimbra, por aqui passaram e que muitas vezes pediam um bom branco, servido em chávena para não chocar as fidalgas mais impressionáveis (chá frio). Miguel Torga, Paulo Quintela entre outros eram frequentadores deste café.
Fundação: 1927
Rua Ferreira Borges, 11,
3000-180 Coimbra
Académico – Café
Fundado em 1937, este café, também conhecido por “piolho”, estabeleceu laços muito estreitos com a cidade, especialmente com a academia, tornando-se um dos locais icónicos onde se realizavam tertúlias e ponto de encontro dos estudantes da Universidade de Coimbra.
Fundação: 1937
Praça da República 33,
3000-343 Coimbra
Café Nicola Coimbra
Abriu na década de quarenta e passou, desde logo, a fazer parte deste conjunto de espaços enigmáticos tertulianos. Virgílio Ferreira e Fernando Namora eram frequentadores assíduos deste espaço e, para além de outros escritores. Este foi também o café dos professores da Universidade, dos advogados, dos médicos e dos banqueiros e homens de influência.
Fundação: Década de 40 do Séc. XX
R. Ferreira Borges 35,
3000-180 Coimbra
Café Tropical
Fundado em 1950, foi ponto de encontro e de tertúlia desde a década da ditadura. Localizado na Praça da República em Coimbra, o Café Tropical é um dos lugares emblemáticos da cidade. Com várias propostas de menus, é um dos locais de eleição para, estudantes e visitantes, apreciarem a espetacular atmosfera da cidade.
Fundação: 1950
Praça da República 34
3000-019 Coimbra
Café Oásis
O alvará do estabelecimento, classificado na época como “café e leitaria”, foi emitido pela Câmara Municipal de Coimbra, em 17 de outubro de 1952 e era um verdadeiro centro de conspiração de Esquerda. Foi frequentado por sucessivas gerações de residentes do centro histórico e por alunos da Universidade de Coimbra, com destaque para os membros da República dos Kágados, sua vizinha.
Fundação: 1952
Largo da Sé Velha 1,
3000-383 Coimbra
Tel., 239 829 129
Pastelaria Briosa
A Pastelaria Briosa abriu ao público em 1955 e fica situada no Largo da Portagem, junto à emblemática estátua Joaquim António de Aguiar. A Pastelaria Briosa, uma das mais antigas e conceituadas da cidade, sendo famosa pelo fabrico de pastelaria tradicional e conventual.
Fundação: 1955
Largo da Portagem, 5 3000-180 Coimbra
Café Avenida
Fundado em 1966, foi palco de inúmeras tertúlias e de acaloradas discussões. Por este café situado numa zona emblemática de Coimbra, passaram gerações de estudantes, muitos dos quais fazem parte da vida pública nacional.
Fundação: 1966
Avenida Dom Afonso Henriques, 38A -38C,
3000-009 Coimbra
RCafé – Antigo Café Ritz
Pelo Café Ritz, na avenida D Afonso Henriques, em Coimbra, passaram muitas gerações de estudantes, que planearam “as lutas académicas” e algumas das elites socioprofissionais e intelectuais do País. Por este café passou Zeca Afonso.
Fundação: Década de 1960
Av. Afonso Henriques 12,
3000-009 Coimbra
. FIGUEIRA DA FOZ
Pastelaria Império
Situada no bairro mais conceituado da cidade da Figueira da Foz, a Pastelaria Império foi inaugurada em 1945 mantendo-se, ainda hoje, como uma das pastelarias de renome da cidade. A atual proprietária, Ângela Faim, trabalha na pastelaria desde os 15 anos e, a 1 de junho de 2002, ficou com o estabelecimento. Anteriormente, o espaço atravessava o edifício da Rua Bernardo Lopes e da Rua Académico Zagalo, com ligação ao Império Caffé Bar, mas foi com esta mudança de gerência que se dividiram as duas casas.
Espaço de referência no Bairro Novo, desde 1945, a Pastelaria Império começou como filial da pastelaria de Coimbra, na Rua da Sofia e hoje é a única que subsiste. Ainda preserva a balança original que ainda utilizam para venda dos seus produtos e várias fotos antigas do local. Este estabelecimento encontra-se em bom estado de conservação e em funcionamento.
Atualmente, a Pastelaria Império preserva um ambiente de decoração que remete para os tempos da sua fundação, estando ainda em utilização a balança e a caixa registadora original. O símbolo da casa é por todos reconhecido e destaca-se como um marco típico nas ruas do Bairro Novo, a coroa com as iniciais IP.
Fundação: 1945
Rua Bernardo Lopes, n.º43,
3080-395 Figueira da Foz
Tel.: 233 422 465
Nau – Café Restaurante
Inaugurado a 28 de julho de 1954, por José Moreira da Silva muitas são as memórias deste local onde na esplanada se realizavam tertúlias com o Partido Comunista Português de um lado e o Partido Socialista do outro. Tratavam-se de reuniões secretas no tempo em que o pais vivia na ditadura do Estado Novo.
Na Nau reuniam-se pessoas ligadas à política, médicos e pescadores, toda a sociedade figueirense sem olhar a escalões sociais e económicos, pois era no 1º andar os escritórios do Partido Comunista e ali perto a lota, acabando este por ser um espaço de ponto de encontro da sociedade da Figueira da Foz. Era também onde os que vinham de fora paravam, pois ficava na entrada da cidade.
Ainda hoje, mantém esse legado, juntando funcionários da Câmara, comerciantes e veraneantes. O atual proprietário, Sr. António Carvalho, ficou com o negócio em 2005 e, para além de aqui conseguirmos encontrar todo o tipo de doce da Figueira da Foz, também recuperam várias receitas antigas de doçaria do concelho. Criaram também doces como os Ovos de Gaivota, Sardinhas na Areia, Tachinhos de Buarcos, Barquinhos de Chila, Delícias de Maiorca e Brisa à Beira Mar. Este estabelecimento encontra-se em bom estado de conservação e em funcionamento.
Fundação: 1954
Rua da República, n.º221,
3080-036 Figueira da Foz
Gelataria Emanha 1
A gelataria , localizada na Avenida de 25 de Abril, nº. 62, freguesia de Buarcos e S. Julião, exerce a sua atividade desde 1980 como geladaria familiar, continuando esta a ser gerida pela mesma família.
A história desta gelataria remonta à necessidade de Américo Nogueira sustentar a sua família, uma vez que eram muitos e tinham chegado a Portugal apenas em 1975, vindos de Angola. Esta ideia de negócio surgiu do facto dos seus sobrinhos venderem gelados nas praias da Figueira da Foz durante a época balnear e este pensou que seria um bom investimento ter quiosques na Avenida de 25 de Abril onde se vendessem gelados de servir. Este contatou a empresa Simil para vir avaliar esta ideia de negócio e a conclusão a que chegaram era que a melhor opção seria abrir a única gelataria aberta todo o ano na Figueira da Foz e que fizesse e vendesse gelados artesanais, criando assim novos hábitos no público quer pelo facto de serem gelados de servir quer pelo facto de no inverno serem possíveis de serem consumidos.
Américo Nogueira, que não sabia fazer gelados, foi então ter formação com a Simil e mais tarde foi para Itália aprimorar esta arte. Começou com uma receita em 1980 e foi aprimorando e criando novos sabores de gelados, hoje estes gelados têm certificação artesanal, continuando a serem utilizados apenas produtos de qualidade e selecionados, e não serem utilizados produtos pré-feitos.
O nome dado a este estabelecimento foi uma homenagem à localidade chamada Emanha, em Huambo, Angola, de onde veio Américo Nogueira, em 1975, com a sua família, para Portugal. O estabelecimento mantém ainda em utilização objetos de origem para o fabrico de gelados na sua fábrica de produção, por isso não estão expostos no estabelecimento. Hoje, com mais de 100 sabores de gelado criados, a Emanha continua a ser marca de uma identidade local, e uma referência nacional, mantendo também quase todos os funcionários desde o início da sua abertura e continua a evoluir, por exemplo através de parcerias com marcas como a Licor Beirão.
Inúmeros são também os prémios que a Emanha recebeu, em 2018 foi eleita pelos leitores do jornal britânico The Guardian como uma das 20 melhores gelatarias da Europa, recebeu o Prémio Inovação no Sector Lácteo, com o gelado de kefir com algas, o Prémio Portugal Prestige Awards em 2022 e 2023 e o Prémio de melhor gelado artesanal a nível europeu desde 2019 a 2022. A Emanha está também envolvida na vertente de apoio social, ao realizar donativos em géneros alimentares a associações que apoiam pessoas carenciadas e no Dia da Criança oferece gelados aos alunos das escolas locais.
Avenida 25 de Abril, n.º 62,
3080-086 Figueira da Foz.
Gelataria Emanha 2
Em processo de reconhecimento como estabelecimento de interesse histórico e cultural, A gelataria Emanha 2, localizada na Esplanada António da Silva Guimarães, nº. 7, freguesia de Buarcos e S. Julião, exerce a sua atividade desde 1989 como geladaria familiar, continuando esta a ser gerida pela mesma família.
Esplanada António da Silva Guimarães, n.º7,
3080-086 Figueira da Foz
. MEALHADA
Salão de Chá Rosa Biscoito
Situado no concelho da Mealhada, na localidade do Luso, próximo das Termas, o Rosa Biscoito é um encantador salão de chá que nos transporta para outras épocas. Também conhecido como antigo Café Casino, o Rosa Biscoito está instalado no antigo edifício do Casino do Luso, cuja construção remonta a 1870.
Exemplar do movimento Belle époque, é uma das pérolas da arquitetura local com os tetos de estuque trabalhados, o piso de mármore e as cadeiras forradas evocam elegância e charme de outras épocas. Uma visita ao Rosa Biscoito é uma viagem no tempo, onde se pode desfrutar de momentos tranquilos e saborosos.
Morada Alameda do Casino, Luso
3051-902 Mealhada
Tel.: 231 930 341
Café – Central
Ponto de encontro da comunidade, onde gerações se reúnem para partilhar conversas, histórias e memórias, o ambiente do Café Central é acolhedor e tradicional, refletindo o charme e a autenticidade da Mealhada. A decoração clássica, combinada com um serviço simpático e atencioso, sendo o local ideal para tomar um café é também conhecido pelos deliciosos hambúrgueres.
Fundação: 1931
Rua Dr. José Cerveira Lebre, nº 28,
3051-902 Mealhada
centralcafemealhada@gmail.com
. MIRANDA DO CORVO
Loja do Senhor Falcão
A “Loja do Sr. Falcão”, localizada na Pereira, a 3 km da vila e não muito longe da aldeia do xisto de Gondramaz, foi fundada em 1878 por Lourenço Falcão. No século XIX, era uma mercearia que vendia um pouco de tudo, desde fazendas a produtos alimentares. A atividade foi continuada pelo seu filho, Joaquim Fernandes Falcão, ajudado mais tarde pelo filho, Joaquim Falcão.
Por volta de 1950 a loja foi destruída por um incêndio, seguindo-se um grande esforço de reconstrução, renascendo a loja em 1956. Joaquim Falcão fica à frente do estabelecimento até ao ano 2000, altura em que o encerra por motivos de saúde.
Em 2008, Filomena Falcão, reabre a loja motivada pelo gosto pelo antigo e pelo tradicional, determinada em mostrar ao séc. XXI uma loja do séc. XIX. A loja é uma montra dos produtos com história, do tempo dos nossos avós, da gastronomia às loiças, da higiene pessoal ao material escolar, dos brinquedos à mais simples taça em latão, sem esquecer os produtos regionais como o mel da Lousã, os cestos de Arganil e os barros de Miranda do Corvo.
Ao lado da loja mantem-se a antiga taberna, agora renovada, onde os visitantes se podem sentar nos tradicionais bancos de madeira, para degustar queijos e enchidos nacionais, além de vinho a copo, convidado assim a momentos de partilha. Atravessando o pátio encontra-se um novo espaço, um bar em xisto onde estão expostos antigas alfaias agrícolas e trabalhos de artesãos locais.
Aos fins de semana este espaço acolhe diversos eventos nomeadamente tertúlias, música ao vivo entre outros. A loja foi uma das cinco nomeadas para o Prémio Mercúrio, que distingue os melhores projetos de comércio, na categoria “Lojas com História”.
Miranda do Corvo – Dona da Loja do Senhor Falcão recebe prémio da CCDRC
Rua José Falcão 105
3220-032 Miranda do Corvo
. OLIVEIRA DO HOSPITAL
Café Portugal
Situado no coração de Oliveira do Hospital, o Café Portugal é um espaço que combina a tradição com um ambiente acolhedor e familiar. Ponto de encontro da comunidade local.
Fundado no início da década de 40, este emblemático estabelecimento tem uma longa tradição de café tertúlia e de ponto de encontro de muitas personalidades da vida cultural e política da cidade.
Este café integra a Rota dos Cafés com História de Portugal. A sua longa história de 84 anos conta com vários protagonistas. Fundado por Júlio Seixas Pereira, que, anos mais tarde entregou a exploração daquele icónico café a José Alcântara Dias.
Na década de 50 o café mudou de proprietário e foi para o empresário José Marques de Assunção, que o manteve durante vários anos através de uma sociedade – a Assunção &Tavares, formada com um outro empresário de Lagares da Beira – Antenor Mendes Tavares. Já depois do 25 de abril de 1977, Albertino Santos Ferrão e a esposa Alice Garcia Passinho adquirem o histórico estabelecimento, mantendo-o durante mais de 40 anos. Os recentes gerentes são Micaela Pereira e André Silva que abraçaram o projeto em 2019. Carlos Pereira, o mais antigo funcionário, “está por detrás do balcão desde 1978”.
Fundação: Década de 40
Av. dos Combatentes da Grande Guerra, 2A
3400-109 Oliveira do Hospital
. PENACOVA
Café Turismo
Situado no centro da vila de Penacova, junto à Camara Municipal de Penacova. Fica de frente para um vale do mondego com uma vista fantástica para os penedos da carvoeira, a praia fluvial do Reconquinho e para toda a paisagem natural e urbana nela inserida, que aparenta ser uma pintura de tela.
Largo Alberto Leitão 5,
3360-341 Penacova
. TÁBUA
Café Polo Norte II
O nome Pólo Norte II, deve a sua designação a um anterior estabelecimento – Pólo Norte I – e que funcionava noutra localização na vila de Tábua, mas que já não existe.
Este Café foi inicialmente a sede da Caixa Geral de Depósitos de Tábua, que após a sua construção, mesmo ao lado, abriu como café em 1969/70. Eram os seus proprietários os Srs. Agostinho Nunes Ramos, Manuel Gonçalves Alves e Miguel de Jesus Nunes (todos falecidos).
Localizado no centro de Tábua e num local onde acorre muita gente, o café continua a ser um local de convívio e encontro, sobretudo da população mais idosa. O seu mobiliário já nada tem de original.
Rua Dr. Francisco Beirão, 8 A,
3420-325 Tábua
Artigo em construção. Agradecemos todos os contributos ou sugestões para: comunicacao@turismodocentro.pt)
